domingo, 16 de maio de 2010

Eu bonsai - prosa


Como posso eu me deixar assim no abandono de teus olhos sendo presa de abutres entre cores que nem mesma eu pintei? Como devo proceder se nada calo, se a razão deste poema que me cala é a vibrante paleta de teu querer...ou não querer...

Falo em linhas e em linhas me desfaço, me puindo neste espaço de um azul quase febril.

Poesia, critica, papeis isolados...no birô da casa mal decorada de uma ilha em forma de bota...que chuta o vinho de minha eterna sapiência...

Haja vida, para superar esta benevolência edipiana que me ensinou a ser mais prosa que grito, mais verso que berro, mais sutil que o sutil ser.
Aonde posso me esconder de mim mesma, me permitindo ser so a fúria? Nem imagino onde...

Porque se me observo, a brisa com perfume de flores me inebria e hajo como jardim chinês, perfeito...em sua calma e harmonia, mas escondo em vasos lindos e brilhantes arames que amarram meus ais, como bonsais...eternamente reclusos a uma beleza placidamente dolorida.

Como posso me enxergar se sou cega de dor, e de amor vejo tudo....

Márcia Poesia de Sá

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