quinta-feira, 28 de abril de 2011



Ah... como é difícil

Saber tocar o intocável
Abrir baús empoeirados
Ver voar borboletas azuis
Que por tanto tempo
Pareciam cinza

Como é difícil abrir a alma
Conter as ondas nada calmas
Que moravam em lagos tranqüilos
Até a manhã do ontem

E ver que o redemoinho que as consome
Pode ser um sumidouro
Do sonho!
As levando para o infinito tristonho
Dos baús tão fundos do futuro

Ah como é difícil acreditar...
Após um tempo de descrença
Que as verdades inegáveis sempre dançam
Os bailes mais profundos da ilusão

Ah como é difícil impor a pena
Quando a alma chora, sofre pena...
Geme seus poemas em solidão.

Se ao menos o verde se fizesse presente...
Haveria um horizonte em minha mente
E meu veleiro branco
Navegaria em paz

Mas no fundo poço deste cais
Há apenas duvidas nada mais...

E o poeta voa sem querer
Um vôo chamado seu sofrer...
Por amar, e assim amando...
Se deixar morrer.

Márcia Poesia de Sá – 28.04.2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011


Ser tua pétala
.
Marcia Poesia de Sá


.

Eu Queria te sentir os aromas...
Assim bem perto da pele...

Como quem olha em raio x
A alma do poeta enamorado

Queria te tocar os olhos...
Prometo não machucar tuas estrelas!

E caso a tua lua já esteja alta
Deitaria no chão só para vê-la

Eu queria te ouvir os brados
E transformar tuas fúrias em risos...
Transmutar dor em suspiros

E permitir que tuas brisas
Soprassem minhas nuvens vazias

Adentrar teus sonhos líricos
E assinar com beijos, tuas solidões

...e no raiar daquele dia
Adormecer em teu peito

Como pétala caída,



Gostaria de agradecer aqui ao grande poeta Calaça pelo carinho da imagem. Ficou perfeita!

domingo, 24 de abril de 2011

Queria falar um pouco do amor


Talvez não este amor que andamos vendo passar por nossos olhos ultimamente
Queria falar do amor, no seu melhor momento...
Na eternidade de um sentimento!

O amor que acolhe, afaga, espera, perdoa e simplesmente ama...
O amor que abraça com o coração, beija com paixão e toca com cuidado...
O amor que se doa porque se não se doar morre!

Queria falar de um coração que já não acreditava
E que se sente renascer... Como planta seca após uma chuva

A força do que rebrota sem jamais ter morrido de fato

Eu queria tanto falar do amor...
Mas me perdoem, por favor...
Estou tão apaixonada que não encontro palavras.

Eu só queria...
Falar do amor.

Márcia Poesia de Sá – Abril 2011

Minha vida...

ando pintando tantas cores coloridas
que já nem sei se é tela pronta ou obra prima...

vejo raiar o sol em mim
que em ti ilumina

e os teus raios
me aquecem até no luar

minha paleta ja tem tom de eternidade
e mesmo sendo este desenho já de idade
brota criança
na meiguice de teu olhar

Pintei verdades
felicidades e lamentos

hoje eu só pinto
as verdades escaldantes
que juram tanto
os sentimentos radiantes

guardados mornamente em nossos corações.

Márcia Poesia de Sá
Abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011


E se as montanhas tocassem o céu?

Seriam como seios a serem lambidos por núvens
Uivos de matilhas congelando frios etérios
Frutos flores galhos, transformando-se em estrelas
e estrelas e cometas dependurados nos matos

Corredeiras de chuva comendo os lagos de prantos
e tantos passaros colados no negro manto

Se as montanhas tocassem o céu...
Derretendo-se seus gelos
Eu voaria até a imensidão da lua
só para plantar um pé de estrela

Márcia Poesia de Sá