segunda-feira, 15 de agosto de 2011




Despertar

acordo á bordo do mar
borbulhar de peixes e lanchas
lançam arpões em mim

guelras me trazem o ar que não ha
impulsiono-me em direção ao céu, sigo

languida superfície verde, me abraça
sinto o perfume dos caquis maduros
e a distancia da ilha
me puxa para baixo novamente

mergulho-me, caço-me...
busco-me

encontro arraias e tubarões
baleias e sereias irmãs

sou e não sou parte deste todo
salgado engodo
lodo de verdades
em azuis mortandades

mergulho
afundo
morro e renasço
dentro de mim
um navio de aço
a enferrujar lentamente

mente de sal e poesia
degradação

sol a pino
sal e sino
adeus e bom dia

sou peixe frito
na mesa do navegador

e preciso suportar...
mais um dia!

Márcia Poesia de Sá

2 comentários:

  1. Márcia

    Tua poesia navega entre o real e o ilusório e nos remete a contemplação e porque não dizer reflexão do que somos, de quem somos.

    Somos sim este navio enferrujado, outrora bombardeado, naufragado mas que leva seus tesouros e a história de um certo capitão que não abandonou o navio mesmo quando estava afundando, mesmo quando todos pularam.

    Bjs, lindo demais!

    Luiza
    www.barracodevidro.blogspot.com

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  2. Luiza, fiquei comovida com seu comentário, muito obrigada! venha sempre...beijo de mar.

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