sexta-feira, 2 de maio de 2014

In(daga)ção. 

O que sabes tu de meus versos? 
com qual das tuas oito amputadas mãos ousas tocar meus silêncios? 
Ave de rapina cortando a escuridão
Coruja negro manto rasgando a dor
O que sentes tu de meus óbvios versos?
quando intentas compreender o que jamais compreendi.
Ave de rapina cortando a escuridão
Coruja negro manto rasgando a dor
O que sabes, me dizes, de meus tímidos versos?
quando te calas ao meus murmúrios e isola-te em tuas neblinas
quando quebras uma a uma todas as minhas rotinas
elevando-me a quinta potência do sal
O que andas a ler de mim, pobre menina...
Sou toda a inquietação da loucura, num facho incandescente de solidão!
As letras são portanto obtusas, ranhuras apenas de um instante de ilusão.
O que compreendes de meus versos?!
Fala-me, sou toda ouvidos
embora surdos e roucos, dilacerados e carcomidos da terrível explosão!
Enquanto a ave de rapina sai cortando a escuridão
Coruja negro manto rasgando o céu da minha dor!

Márcia Poesia de Sá - 2014

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