terça-feira, 10 de novembro de 2015

Dos relógios que se reproduziram nas gavetas empoeiradas
nada tenho a dizer, sou como o silêncio deles
esqueci as horas
entre aquele jantar e um café da manhã
que nem tomei.
E nem sei dos bolsos vazios do antigo terno
nem daquelas botas descoladas
de tantos caminhos que deixei de fazer
nada sei, nada mesmo.
Contudo ainda guardo na memória
todos os suspiros daquele mar prateado nas calmarias
de tantas manhãs...
E ainda reconheço a fome das algas
que se suicidavam na orla
á espera de um mar que nunca vinha do outro lado
Surdo na pele, eu ainda guardo
o som, a frieza da areia
os passos nos quais eu ia e voltava
sem qualquer interferência
Guardei o perfume da maresia
e teu beijo
antes do meio dia.
Os mares e marés.
Márcia Poesia de Sá.

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