domingo, 6 de dezembro de 2015

Algumas tentativas jamais findam
Como não finda a linha que o oito circula
(e quando deitado está o oito
pior ainda)
Suspiros de poeta
Esta busca incessante, esse eterno escancarar
enfurna-se, raiar e se pôr...
Esta bipolaridade
e energias tantas a faiscar neurônios
Este silêncio absurdo!
Esta dor sem ser dor
e o sono que não dorme
e o arpão
correndo o mar vazio de peixes
E a certeira inexatidão
e os sonhos marolando...
e a fome .
E a fome da palavra
da lavra do dia,
do verde capim e da margarida.
E esta calmaria branda
eclodindo em cada vulcão incauto
E este maldito salto agulha!
E aquele amarelo âmbar a se exibir
Um pincel no chão, outro no céu
e a sede...
e a rede..
e a morte tácita
E o gole exaurido...
e o poeta maldito,
regurgito
E a estranheza estrangulando o corredor
e esta dor...
aquele sonho
Até quando vivem as borboletas?
e as muletas?
e as mutretas?
E a ira que se amofina...
e o câncer que corrói
a âncora que não voa
o albatroz exilado!
Alma no vão de todos os recomeços
e os azedos gostos
o limão...
o cão,
e essa solidão correspondida
Até onde caminha esta vida?
e a raiva manca?
o grito mudo
a surdez de tudo
E este cansaço infernal!
Márcia Poesia de Sá - 06.12.2012

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