sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lendo-nos

E a madrugada segue colhendo as letras que lhe são telepáticas, algumas apáticas outras cheias de afeto... E a saudade acorda o poeta, que com contagem regressiva, espera cada segundo... Desesperando a manhã e seus raios de amor profundo, que se perderam na noite por entre pontes de medo... Medo do nada que ele pensa o devorar, equivocado que está, por simplesmente não saber ler-se... E como um cego sobre a pele em braile... descobre-se texto, infinito...submisso as suas linhas superficiais e invisíveis a olho nu...mas tão cravadas na pele como talha de si mesmo.
Rasurando suas conjecturas seguem os poetas... na ânsia de mais uma noite. E o sol não perdoa, grita-lhes as realidades, as horas, os tic taques da verdadeira alma que neste corpo sofre por um pouco de ar...
O que fazer? Levantar, lavar o rosto e por a mascara de vida. Enquanto o ser poeta se cala por mais um dia de lida...lendo-se nas entrelinhas dos fatos e guardando a melhor frase para mais tarde...sem alarde...
Solta-la no vento frio de mais uma madrugada.

Márcia Poesia de Sá

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