Hoje vi um anjo azul
Pude vê-lo bem tão de perto
Tinha asas na face e brilhavam
Quando abria suas asas
era como se todo o dia iluminasse
e a noite já não mais me amedrontasse
Ele falou-me de constelações longínquas, me ensinou a língua dos anjos
(a algum tempo faz isso).
depois beijou meu rosto ternamente e voou deixando em mim um cheirinho
de candura e alegria no ar...
Hoje vi um anjo azul!
ele tinha mel no olhar
derramava doçura da cor
misturado as estrelas
e adentrava-me a retina
tão próximo estava de mim...
Que quase me perdi!
senti-me ir...
Este anjo que hoje vi
(já tantas vezes visto voar)
desta vez toquei-lhe as asas
brancas e brilhantes
luzes como diamantes!
solto, alegre e leve
como criança!!!
...a brincar.
Márcia Poesia de Sá
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Leve e livre...
Acostumei-me a estar assim
unida em um cacho...petalas irmãs
da mesma rosa...o mesmo aroma...a mesma prosa
Mas o inverno chegou...
e a torrencial lagrima do céu...
desfez a rosa, caimos ao leu
E secamos ao sol
corremos os campos...
cada uma numa direção
até as via voar!
perto das cercas
longe de mim
E pairei em um tronco antigo
de jaboticabeira...
recostei meu corpinho de petala ali...
e fiquei a sentir o vento...
que me pressionava ao solo
De repente dormi...
e acordei fruto
doce e robusto
maduro!
sendo colhida por alguém
acho que o conheço...
rsrs...era o jardineiro
que tempos atrás me podava
aguava e amava
e me chamava de flor
Márcia Poesia de Sá
Acostumei-me a estar assim
unida em um cacho...petalas irmãs
da mesma rosa...o mesmo aroma...a mesma prosa
Mas o inverno chegou...
e a torrencial lagrima do céu...
desfez a rosa, caimos ao leu
E secamos ao sol
corremos os campos...
cada uma numa direção
até as via voar!
perto das cercas
longe de mim
E pairei em um tronco antigo
de jaboticabeira...
recostei meu corpinho de petala ali...
e fiquei a sentir o vento...
que me pressionava ao solo
De repente dormi...
e acordei fruto
doce e robusto
maduro!
sendo colhida por alguém
acho que o conheço...
rsrs...era o jardineiro
que tempos atrás me podava
aguava e amava
e me chamava de flor
Márcia Poesia de Sá
Maio
Andei escutando os sons do vento esta noite
e ele andava cabisbaixo...quase brisa...
fraco na intensão do ir adiante
recluso em ondas de passado distante
tão sereno, tão triste...
Hoje escutei soluços de vento...
na lagrima perdida a evaporar
seus sentimentos mais ternos
esquecidos num lamento
envoltos em nevoas...
marolas do tempo...
Hoje chorei com o vento
olhei para trás...
como jamais poderia!
me perdi com ele
numa viagem sem fim
ao passado de mim
Nos abraçamos enfim...
e fiquei assim ao olhar a lua
sentindo ele me tocar
assanhando meus cabelos
fazendo revoar o cetim...
ficamos assim...eu e o vento...
com saudade de mim.
Márcia Poesia de Sá
Andei escutando os sons do vento esta noite
e ele andava cabisbaixo...quase brisa...
fraco na intensão do ir adiante
recluso em ondas de passado distante
tão sereno, tão triste...
Hoje escutei soluços de vento...
na lagrima perdida a evaporar
seus sentimentos mais ternos
esquecidos num lamento
envoltos em nevoas...
marolas do tempo...
Hoje chorei com o vento
olhei para trás...
como jamais poderia!
me perdi com ele
numa viagem sem fim
ao passado de mim
Nos abraçamos enfim...
e fiquei assim ao olhar a lua
sentindo ele me tocar
assanhando meus cabelos
fazendo revoar o cetim...
ficamos assim...eu e o vento...
com saudade de mim.
Márcia Poesia de Sá
Flores de Maio
Floresci meus anos em teus braços
Lírios, margaridas, jasmins...
Onde replantei este jardim?
Rosas, camélias enfim...
Escrevi poemas a nosso amor
Samambaias, petúnias, maracujá...
Deitei em estrelas contigo...
E voamos por aromas tantos...
Maio, primavera de mim
Assim recolho-me hoje
Imaginando orquídeas
Onde? Porque?
Márcia Poesia de Sá
Floresci meus anos em teus braços
Lírios, margaridas, jasmins...
Onde replantei este jardim?
Rosas, camélias enfim...
Escrevi poemas a nosso amor
Samambaias, petúnias, maracujá...
Deitei em estrelas contigo...
E voamos por aromas tantos...
Maio, primavera de mim
Assim recolho-me hoje
Imaginando orquídeas
Onde? Porque?
Márcia Poesia de Sá
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Sentindo
Falo deste abismo
deixado em mim
por presente teu
que não presente
ausente, se faz sentir
Este maldito doer
em tons de azul
que descolore-me
Fui refém de mim
deste doar sem fim
com este coração
de algodão
que esquece
que isto dói
Fui esquecida
de mim por mim
assim, sem fim
vazio...
Meu amor...
não esqueça
de esquecer
o tempo
Lembra de meu sorriso
naquela janela da vida
onde me fitastes
pela primeira vez
Pois do amor havia fugido
e estava tão a salvo...
neste sorriso eterno
mas esqueci...
de mim...
em ti...
dói!
Márcia Poesia de Sá
Casulo
Une-te a mim antes que seja tarde
antes que o dia alarde...
Antes do meu por...
Pois de nada adianta calar-te
Se tua pele te aplaude
e vibra em clamor
Une-te a mim antes daquele dia
pois desde aquela agonia, primeira
nada em ti te pertence
arrepios na mente
palavras sem eco...
voluptuoso desejo ardente
contrasenso dagente
inutil fuga abstrata
para dentro de um casulo
transparente
Márcia Poesia de Sá
Toca-me
Enquanto as horas passam
E a chuva serve de arranjo
abraça-me na tua solitude
e dedilha-me em paz
Deixa que meu som te acalma
E sente meu corpo em teus braços
Deitado em teu colo relaxo
Entrego minhas notas, e calo
Sou apenas tua companhia
Aquele que tocas quando queres
Afasto teu sofrer, tua melancolia
E depois durmo em silêncio
Mas minha melodia te embala
E mesmo quando me largas no canto
Levas contido meu canto e pranto
Em sons que não esquecerás.
Márcia Poesia de Sá
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Se...
Se eu pudesse jurar, juraria...
Não acredito nesta insana impossibilidade de crer em algo intocado , no entanto puro e pulsante, vivo e navegante destes mares noturnos...
Não aceito mais este sal que rola atrevido, na emoção calada deste meu sentir em rimas...que tanto escreve e nada diz...que cala-se ao fitar-te...e apenas sente o apertar cardiaco...venerando o abismo deste calar...
Quero gritar e ecoar bem alto entre as serras que nos distanciam...serras de limites vagos...inexistentes castelos construidos por mentes vãs...que sequer conseguem tatear a alma...sua própria alma indecisa e cega de si mesma...
Se eu pudesse jurar, juraria...o eterno...
Como se mais nada existeisse, e meus olhos hj mais nada vissem...
sobreviveria feliz ao fim do mundo...se...
Márcia Poesia de Sá
Linda criatura
Não teme os verões nem securas
ardente coração e brandura
coberto de penugens livres
e com olhos em horizontes plácidos
Voa amor de minhas matas
encontra os galhos que seguros sejam
reentrancias de ti nas folhas secas
teu verde se desfaz, queima
Nos morros antes repletos
apenas algumas almas ainda
inspiram gaz carbonico
e expiram oxigenio...
Mesmo assim não desesperas...
e nas manhãs de inverno de teu futuro...
mesmo assim, lindamente cantas!
Márcia Poesia de Sá
Mergulhando
Ja nem sei se arde, rasga
pulsa ou morre devagar...
Algo assim regugita
volta, arde na garganta
e grita , me fazendo
retornar...
Verifico as anotações
decomposições de dor
que escrevi a muito
Rasgo os rancores inferteis
e planto nova semente
limpo gavetas e mato traças
amasso a poesia
rastejo nos vãos escondidos
e estremeço ao encontrar-me
Um rufo de ar entra finalmente
pela janela sem vidro
sem reflexo...sem brilho
e me vejo em linhas
completa
nua de mim
esquecida de ti
refeita
me apanho
recomponho-me
e assisto
mais um voar
de Ícaro
sorrindo...
Márcia Poesia de Sá
Onde está ela?
Algo descama em mim...
uma nova pele resurge
brilhante e ávida
a casca cai ao chão
e o vento que soprava
a levou de mim
esquecida embolando
foi...e levou com ela
tuas digitais...
Suspiro de alivio!
teu perfume foi com ela...
irei partir para um novo sol
mas...percebo sem querer
Fui com ela...nossa!
onde ela esta?
ababo de descobrir
que sem ti
Me perdi!
Márcia Poesia de Sá
Sentiu ?...
Será que ela poderia chama-lo amigo quando trêmula sente o que disse...e na resposta tão mornamente dita...embuída na pergunta que ele fêz...uma sombra de Shakeaspeare reaparece na janela....
- e ela? e ela?...
Na aflição da coisa dita e sentida se aprofunda na garganta desta vida...e foge como pássaro assustado...
- e ele? e ele?...
Como será que sentiu tamanho abalo?
será que acredita nesta dita : que na noite passada havia penetrado...
De uma forma encantadora e magistral nas rimas apenas dos poemas sem sequer perto do tato...nem do sensual dilema de escrever coisas calientes...
Eram apenas os textos a serem avaliados...deglutidos...salivados...lambidos e beijados!
Profundamante entregues entre linhas nada breves...que se abraçavam no impacto de confundirem as letras...quando nem um nem outro sabiam de fato, como poderia ser assim tão bem rimado...um poema que se mostra apaixonado.
Márcia Poesia de Sá
Será que ela poderia chama-lo amigo quando trêmula sente o que disse...e na resposta tão mornamente dita...embuída na pergunta que ele fêz...uma sombra de Shakeaspeare reaparece na janela....
- e ela? e ela?...
Na aflição da coisa dita e sentida se aprofunda na garganta desta vida...e foge como pássaro assustado...
- e ele? e ele?...
Como será que sentiu tamanho abalo?
será que acredita nesta dita : que na noite passada havia penetrado...
De uma forma encantadora e magistral nas rimas apenas dos poemas sem sequer perto do tato...nem do sensual dilema de escrever coisas calientes...
Eram apenas os textos a serem avaliados...deglutidos...salivados...lambidos e beijados!
Profundamante entregues entre linhas nada breves...que se abraçavam no impacto de confundirem as letras...quando nem um nem outro sabiam de fato, como poderia ser assim tão bem rimado...um poema que se mostra apaixonado.
Márcia Poesia de Sá
Plenitude do amor
Corroeu-me aquele desejo
quando fitei teus olhos
e tuas mãos me queimaram em raios
Neste viagem cósmica ao mundo de Éros
Nossos olhos se fizerem tantos
e entre prantos desejei-me tua
que na brancura de lençóis de seda
já não me acho, minha mão te procura
E abraçados a esta certeza
de que a vida é linda,louca e pura
Que aceito de bom grado aquele beijo
onde me desnudas toda a candura
Amando-te mais do que minha, mais do que tua
Sendo ambos perdidos em nós mesmos
neste amor que se tornou minha loucura
Márcia Poesia de Sá
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O silêncio
Ha muito senti o estocar
da faca em meu peito
e aquela lancinante dor me fez chorar
não compreendia o porque das necessidades tuas
más em meu cantinho, aceitei tuas decisões
E abracei-me com o silêncio
pois era apenas ele que eu tinha
Os ventos passaram
as marés mudaram nas noites deste inverno
e até esqueci as cicatrizes...
Perdi a dor em algum lugar de meu peito...
Reaprendi a sorrir, recolori outros mundos
comecei novamente a caminhar, a confiar...
Até que senti teu perfume mais uma vez
numa brisa de mar, rapido como um raio
adentras novamente, e me faz lembrar
os doces, os sorrisos, as lágrimas...a cicatriz
Impossivel evitar a lágrima de saudade que andava esquecida...
E o abraço n'alma que inegavelmente, ainda te quer bem
mesmo sem saber...mesmo sem querer...mesmo assim...
Ha muito senti o estocar
da faca em meu peito
e aquela lancinante dor me fez chorar
não compreendia o porque das necessidades tuas
más em meu cantinho, aceitei tuas decisões
E abracei-me com o silêncio
pois era apenas ele que eu tinha
Os ventos passaram
as marés mudaram nas noites deste inverno
e até esqueci as cicatrizes...
Perdi a dor em algum lugar de meu peito...
Reaprendi a sorrir, recolori outros mundos
comecei novamente a caminhar, a confiar...
Até que senti teu perfume mais uma vez
numa brisa de mar, rapido como um raio
adentras novamente, e me faz lembrar
os doces, os sorrisos, as lágrimas...a cicatriz
Impossivel evitar a lágrima de saudade que andava esquecida...
E o abraço n'alma que inegavelmente, ainda te quer bem
mesmo sem saber...mesmo sem querer...mesmo assim...
Inevitável sentir!
Márcia Poesia de Sá
Márcia Poesia de Sá
Mar em mim (revolto...calmo...incoerente!)
Ah este mar que mora em mim
E que tem marés sem fim
Seguindo a lua, obecendo seus pedidos...
Subindo e descendo...tanto variar...
Este mar que mora em meus olhos sempre...
mesmo que eu nele não esteja
vejo suas ondas, seu turbilhão...
imensidão e tempestades...
Dias de calmaria e abandono...
Noites de fúria e paixão...
Ah!!! este mar.....louco e furioso mar
Que quando decide falar...jorrar suas ondas...
Me deixa sem ar...e a sentir o sal nos olhos
do respingar de suas inquietações...
Márcia Poesia de Sá
domingo, 23 de agosto de 2009
Tu vens
Assim quase como quem não sabe se chega ou se volta
se abraça ou empurra...se deixa se foge
Chega assim indeciso quase arisco, como bicho
Voce olha e tira a vista...
encara e baixa o olhar...deixa-o vagar
mas te olho com ternura e compreendo tua loucura
e te deixo se acalmar...
Você assusta ainda mais, não quer toda essa paz e foge de vez...
corre serras e abismos...voa alto e despenca
se quebra todo no vento...se desfaz e chora!
Volta sem querer voltar..olha sem querer olhar
busca sem saber como...inquieto coração grita
e você destoa teus sons...acostumado estava ao vazio
Enquanto sinto o vento em meus cabelos
e meu olhar te observa calmo
numa ternura infinita de quem sabe esperar...
enquanto você...
Deita em um cobertor de folhas e aguarda...
pois você foge sem saber pra onde
grita sem saber do que
chora pelo que nem sabe
e....
perde sem saber ...
que ama sem querer...
Márcia Poesia de Sá
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Era tardinha, e a brisa soprava morna
nos oceanos só marolas...e uma brisa suave
O céu laranja escurecia e os tons vermelhos apareciam lentamente...
Como se queimassem as núvens aos poucos...e de chuva nada se via
A areia de minha praia me absorvia, e tal qual movediça eu sumia!
Os sonhos de um novo amanhecer e céus azuis
se faziam tão nítidos ainda na minha memoria...
e um sorriso sem cor as vezes surgia em meus olhos fechados
Cerrados pelo sono do querer crer...e assim adormeci
Mas acordei com o som de aves...e até pensei serem gaivotas...
Se tratava de corvos negros que escureceram meu céu
e seus sons eram horrendos..
Fizeram do vermelho o carmim...e aquele céu gritava...
eu podia ouvir...e ele foi se modificando lentamente do carmim
ao marinho...rasgado de estrelas...era um manto puído...
quase sem brilho...e os sons! e os sons!
Adormeci sem saber se dormia, se sonhava se morria...
e acordei deste céu numa marola morna, que comeu as areias e me achou
me engoliu como ostra ... e me jogou na profundidade de mim...
Perdida assim...apenas sentindo as correntes marítmas...lá em cima...
na superficie da vida...
Márcia Poesia de Sá - 19.08.2009
Tentando tate(arte)...
Fico jogando teus papiros...
a procura das linhas que te definem
como se fosse possivel ler tua alma
nas linhas que escreves sem pensar
Junto frases de poemas vários
tentando encontrar o poema perfeito
como se todos assim já não fossem
me debruço sobre ti, em preto e branco
Buscando as cores que não posso ver
no reflexo de teus olhos tão vivos
toco teu corpo em rimas; na loucura
de beijar esta tua boca silenciosa
E no mergulhar em tua alma
ja nem sei onde mais te buscar...
pois penetras minha mente e corpo
e se perde em mim como sangue azul
Escrito, me fazes apaixonar
e imaginar nas luas cheias como seria...
Ouvir-te versar em mim, teus poemas
enquanto eu timidamente, olhasse para ti!
Márcia Poesia de Sá
Pedaços de Cor
Quero uma gota de tinta
E um punhado de razão
Não dou asa a solidão
Um tanto que ainda hesita
Busco pedaços de mim
Nos papiros de teu mundo
Tens cheiro de jasmim
Perfumando meu tudo
Quero esperança com sol
E uma musica linda...
A beleza de um girasol
Numa explosão infinita
Minha felicidade plena
Meu corpo absoluto
Minha vida numa pena
Colorindo o obscuro
André Anlub e Márcia de Sá
Quero uma gota de tinta
E um punhado de razão
Não dou asa a solidão
Um tanto que ainda hesita
Busco pedaços de mim
Nos papiros de teu mundo
Tens cheiro de jasmim
Perfumando meu tudo
Quero esperança com sol
E uma musica linda...
A beleza de um girasol
Numa explosão infinita
Minha felicidade plena
Meu corpo absoluto
Minha vida numa pena
Colorindo o obscuro
André Anlub e Márcia de Sá
Espelhos de mim
Hoje desfiz as neblinas
soprei para longe as névoas
deixei que despencassem os espelhos
tirei a máscara da face do sol
Hoje entorpeci meus neuronios
com realidades praticas
amassei poemas antigos
Queimei os sonhos mais lindos
Hoje refiz armaduras
Enganei o rumo do vento
Troquei os nomes dos silêncios
Dei partida a uma nova vida
Dos cacos que no chão deixei
apenas fragmentos de mim haviam
levanto os olhos para além das muralhas
E me vejo mais uma vez inteira no reflexo
Vejo a mulher sensível e dúbia que sou
Plena em impermanências
Com um futuro a ser traçado
No presente, afortunada dádiva
Concluo pendências do coração
Apenas permitindo-me sentir
A suave brisa da eternidade
Que permeia-me os sentidos
Anorkinda Neide e Márcia de Sá
domingo, 16 de agosto de 2009
Espelhos de Poesia
Se a poesia tivesse um rosto, que rosto teria?
(teria o Rosto...)
E se suas mãos eu tocasse...
O que sentiria?
(sentiria o Toque tão infindo
que por mais que poetize... findo.)
E se de seus labios eu ouvisse...
O que ela diria?
(Meu mudo fremir lírico,
longínquo e entoante...)
E em um abraço apertado...
Onde eu chegaria?
...
Os espelhos da poesia
sao feitos de névoas
que ja não são vistas
nas pradarias...
E o toque não sentido da rima...
congela meu corpo em agonia...
Márcia de Sá e Osvaldo Fernandes
Fogo nas Veias Poéticas
É pintura na tela, paisagem
é a cor da emoção, é pecado
é vermelho, certeiro e em cheio
é o cheiro, o gozo, o abraço
O arrepio que corre no corpo
os joelhos que tremem na base
é paixão quase certa, moça
é amanhecer com prazer na bagagem
O beijo na boca da noite
Língua na goela dos anjos
sangue que borbulha nas veias
olhos úmidos de prazer e espanto
É loucura que rasga o tempo
relogios de prazeres ao vento
é toque de pluma de ganso
arrepio na pele dos santos
É roubar o fazer num instante
é querer e poder, num rompante
é a vida, de fato e adiante
somos tontos loucos e profanos.
Dhenova & Márcia de Sá
fevereiro 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Verdes
Trago o sol e o céu
o amarelo e o azul
mesclo em minha paleta
com o respeito devido por nós
as cores secundárias...filhas das misturas
elas são tão ternas se deixam tocar
podemos faze-las mansas e calmas
ou enfurece-las no acrescentar
São submissas aos artistas
se entregam a nós em delírio
e brincamos com suas fontes
espatulando suas fibras
Um leve cheiro de mato exala de meus pincéis
tons de mar e folhas se casam
Verde era também os olhos de quem amei
verdes são os olhos do filho que criei
verde é a lágrima do planeta
e a esperança de um novo amanhã
Há um mar que se exibe pra mim
quando beijo você cor de beleza sem fim.
Márcia Poesia de Sá
Preciso de um anjo
Quero sufocar uns demonios
matar uns pesadelos
soterrar uns escombros
Eu preciso de um anjo
Quero coloririr uns cinzas
Aquecer uns icebergs
ouvir uns silencios
Eu preciso de um anjo
Quero descobrir uns espelhos
arrumar uns sótons
Limpar uns baús
Eu preciso de um anjo
Quero me rever em azul
escrever em dourado
ter um pouco de mim.
Márcia Poesia de Sá
Quando te amo
É quando me perco que te encontro
e quando me doo que recebo
Mesmo nas ranhuras, descambo...
Me esgueiro de mim, a tua procura!
E é quando me tocas, que me sinto!!!
"Sou apenas o espelho de teu desejo
a imagem imaculada da promessa"
Sou o corpo em puro desalinho
e a alma que em ti tropeça
caindo vertiginosamente dentro de ti.
Quando ja não mais me possuo
e teu corpo se faz meu, e o meu, teu
Ai me sinto respirar em ti...e me encontro, enfim!
...nas sombras daquelas vozes e falta de ar...
As peles se trocam, se tocam ao luar
E as almas jamais serão as mesmas, depois.
Márcia Poesia de Sá
Insight
Estou só,
mas esta solitude
não é assim tão solitária.
É apenas um vagar de pensamentos,
um lembrar esquecido
um recorrer aos momentos;
Porém, há os novos:
aqueles que deixo repousar em meus desejos;
os que planto em terra fertil de sonhos
e rego com carinho de poesias sempre!...
Há também os devaneios:
os que me aquecem, em rimas, o pelame.
Fazem borbulhar os hormonios
e deixam-me exaurida em imagens,
que eu mesma pinto
e tu nem sonhas...
quando despertas de teu proprio sonho
dizendo sonhar comigo
sem saber
que sou sonho perdido,
[em mim mesma...
sem abrigo...
Márcia Poesia de Sá
domingo, 9 de agosto de 2009
Dor de rio
As dores dos rios que se fazem de margem
para o capenga mundo que se enfileira de branco...
onde o mundo rabisca o fim do ar...
e os homens assinam seu sub mundo
Os olhos cegos de dor de asas tantas
perdendo seus lares que caem
enquanto o zunir da lâmina
destrói a imagem do verde na terra
E o azul sedutor que observa
as clareiras abertas na alma
nem sequer pode chorar
pois da terra ja não ha gota, nem viva alma
Seguindo com ternos pretos
vão os homens ditos sérios
sabendo que de seus dedos
nasce todo este imenso cemiterio
Márcia Poesia de sá
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Entrega
Hoje quero comer nuvens
deglutir ventos,saborear versos...
na mais pura entrega desta sensação
deixar que os poemas me punjam
como fêmea branca de linhas
onde fecundas meu silêncio alvo
e a gravides lírica que me provocas, deixar fluir...
com teus poemas sonoros e rimados
em envergaduras tão bem arrumadas
que apenas pasmo, ao me deixar escrever...
Márcia Poesia de Sá
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Mar, amor, amar
Amar o mar em mar de amor
amor às ondas inundar de amor
amar-te em mar e sabor
e amando assim maremoto será...
amar em mar e calor
velejar em teu mar e me perder...
amor aos ventos do amor
e me achar naufrago de vc....
velas de tanto querer
minha profundidade azul te reluz
em mar de paz e luz
contraposto sonho e realidade
tudo se sobrepõe a naturalidade
meu mar, meu amor , meu amar...
lágrimas e águas em sal
quero cortar tuas aguas e pousar
amar-te em pleno mar
e nosso mar será amar
amando mais que desejar
num manso flutuar
de ondas quentes sobre o mar
Neide Escada da Rosa e Márcia Poesia de Sá
O instante do aguardo da tela
Toco tua pele notadamente branca
e busco os traços que de mim, escondes
mergulho em meus rabiscos abstratos
e desenho-te, antes que te espantes
Busco um modo de recompensa
A presença já se faz por enganos
Os meus olhos são telas imensas
Para caber os rabiscos insanos
E das telas internas e externas
as imagens vão se sobrepondo
fazendo sombra na paisagem
dando profundidade ao engano
Minha mente foca no absoluto
Conjecturas da imaginação
Sou louco, aleijado, incoerente, tudo
Se à perco, inspiração!
E tua pele branca incandescente
se torna então louca e indecente
queimando minhas mãos e coração
no absoluto abandono de mim
André Luiz Anlub e Márcia Poesia de Sá
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Rimas Pintadas
Muito antes da penumbra
Rubra mente atuava
De repente deslumbrava
Com a grande falta tua
Teu vazio em meus olhos
o cobalto coração
que goteja de saudade
o toque de tua mão
Explícita fraqueza minha
Que te revelo ao esconder
Meu jazigo, minha vida
Eu submisso a você
Refém de teus desejos
Nos teus beijos cor carmim
pinceladas transparentes
revelam-me a ti, sem fim
No final dessa obra-prima
Vejo borrões de vermelho
Incerto que essa tinta
O meu sangue derradeiro
Nossas telas ai se fundem
como pintar em aquarela
você o pintor de poemas
eu, a poetisa das telas
Márcia Poesia de Sá e André Luiz Anlub
domingo, 2 de agosto de 2009
A valsa dos pintores
Ela nos olha estática e branca
aguarda nosso versejar em cor
enquanto dentro do artista clama!
preciso sair...por favor...
Um grito mudo, ensurdecedor
A dor do encéfalo em combustão
Imaginação desabrochando em flor
Na mão a porta, a solução
Aquece o peito, a mente profusão!
escorrem idéias, cores e emoção
pincel tateia, firme condução
e nela nasce a grande explosão
Carmins se beijam na paixão
e violáceos se encantam
pincéis azuis bailam conosco
na dança louca deste encontro
Energia que não tem fim
arco iris de êxtase pleno
adoração de um querubim
paz, vida, amor ao extremo
Frenético vai e vem de cores
pingos de suor ao chão
na mente, a representação de amores
na tela, a do coração.
Márcia Poesia de Sá e André Luiz Anlub
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