Dai-me a paciência
Essa calma de ver que nem tudo ou quase nada é como sonhei...
essa lerda sensação, pura e profunda conexão com este todo quase desfeito
a total certeza das diferenças tantas...mesmo que disfarçadas de igualdade plena
ah...dai-me mais paciência
para saber que o choro não chorado, vai cobrar amanhã
a lágrima acumulada...
eu quero mais é saber desta floração lenta...
deste amadurecer sutil de cada sentimento
eu quero tempo,
só para observar o broto,
ver de perto todas as asas que eu puder
e rezar para voar por tempos inteiros com eles,
nem que este tempo seja apenas alguns instantes.
Eu quero a paciência para aprender com a dor e com o sorriso!
Dai-me um pouco só de alma para sentir os ventos da idade sã
e assim, talvez insana...eu possa apenas escutar as borboletas
Márcia Poesia de Sá - 21.02.2012