sexta-feira, 18 de julho de 2014

Acordei engasgada com a palavra espargir...e não adiantou nada eu acordar cedo, lá fora, o frio da mata continuava o mesmo, e os passarinhos ouviam Bach. Aos passos que dei no frio das pedras até o teu canto, encontrei-me mais uma vez sem lugar. É difícil o riso dos palhaços que sorriem quando o circo fecha. A pequena cidade ainda com ar de riso pensa que o riso ri, e o rio corre na lateral em silêncio, na verdade só o rio reconhece o que os outros entendem como riso, pois quando o palhaço chora só o rio ou a chuva presenciam, e esses, são túmulos que em silêncio navegam seus caminhos das nuvens as raízes e vem e vão incessantemente. Acordei engasgada, tossi, respirei fundo, acendi incenso e tomei uma colherada de mel. Não de abelha, mel da palavra. É, dizem que este mel desinflama almas e cura saudades e abismos. E melhor que tudo emagrece vazios!

Márcia Poesia de Sá.