sexta-feira, 31 de julho de 2009


Aquela lágrima


Quero todo tempo submerso
na gota daquela lágrima que virá
e o eterno instante de um piscar

quando ela cairá em teu corpo...

A pele arrepia ao senti-la-la rolar
enquanto teus olhos produzem
mais uma lágrima de emoção ao vê-la

Márcia Poesia de Sá

Cidade Fantasma


Um tom de poeira se deita nas janelas
aquele uivo de vento posso ouvir...
Portas batem e rebatem
só porque não estás aqui

Flocos de feno se acumulam
Meu coração desespera
Dias e noites de espera
E um famigerado tempo que não passa

Márcia Poesia de Sá

Você, meu livro


Fecho...abro....espero....e rapidamente fecho

capa....vermelha e grossa capa

abro...

dentro?...poesia lírica do tempo

amor e seus nós...tão sós

Barco, mar e ventania

lirismo, cultura, e risos

senti da pele, taquicardia...

fecho...decidi!!! fecho...

repenso...extasío...

pois fechado ainda leio-te!


Márcia Poesia de Sá

Poesia dentre linhas

Onde quimeras se escondiam brumas
mar de poesias a descer paredões de pedras
santificadas pelo sal das letras sonoras
ainda que silenciosas dentre rimas
voaram as linhas em debandada
rasgando o céu das madrugadas
aninhando-se aos sonhos
curvilínios dos poetas abstratos
literalmente amarrados ao verso conciso
imaginavam núvens cor de prata
deste denso céu em labirinto
aonde já não precisam escrever nada
o poema em si já esta escrito

Márcia Poesia de Sá

quinta-feira, 30 de julho de 2009


Sentindo falta do voo

Hoje sei que vou voar...já não suporto a saudade de sentir nas asas das horas o tilintar das rimas que de ti afloram...ó divino poema,de lágrimas de sal e beleza infinita...tanto busca nesta vida...não sabendo-se ser tudo...presume-se pouco...e na cegueira de quase louco, não vê os veleiros gigantes que iluminam seu leito...e se perde em descompasso...solta o laço! e permite que voe para longe, tudo que deseja tão perto de fato...
Poetas são loucos...de tarja...que vestem branco...mas por dentro do sutil jaleco de santos...sei que as cores proliferam tanto!

Márcia Poesia de Sá

sexta-feira, 24 de julho de 2009


Plenitude do amor

Corroeu-me aquele desejo
quando fitei teus olhos
e tuas mãos me queimaram em raios
Neste viagem cósmica ao mundo de Éros
Nossos olhos se fizerem tantos
e entre prantos desejei-me tua
que na brancura de lençóis de seda
já não me acho, minha mão te procura
E abraçados a esta certeza
de que a vida é linda,louca e pura
Que aceito de bom grado aquele beijo
onde me desnudas toda a candura
Amando-te mais do que minha, mais do que tua
Sendo ambos perdidos em nós mesmos
neste amor que já se tornou minha loucura

Márcia Poesia de Sá

Aquela lágrima


Quero todo tempo submerso

na gota daquela lágrima que virá...

e o eterno instante de um piscar...

quando ela cairá em teu corpo...

A pele arrepia ao senti-la rolar...

enquanto teus olhos produzem

mais uma lágrima de emoção ao vê-la...


Márcia Poesia de Sá

Nossas Pétalas

Colham as minhas pétalas que deixei voar...
e as deixem na beira de um remanso
onde passarinhos possam lê-las...

Escolham as verdes paisagens a brilhar...
e convoquem os seres do tempo
para que traduzam estrelas...

Sondem os pensamentos dos anjos
e adentrem tranqüilos neste jardim
onde o amor reina em vôos brandos

Escondem a neblina nos beijos
e inundem com puros perfumes
para que em luz amanheçamos

Anorkinda e Márcia Poesia de

domingo, 19 de julho de 2009


Meu alento

Ando a passos lentos
coração ao vento
praia sem rebentos
som de cor ao mar

Sal de minha alma
meu alento lento
é beijar a aurora
para ti guardar

Meu intuito é tanto
de querer sem pranto
um amor tão lindo
para te dedicar

Meu alento é sonho
nada de medonho
muita cor nos olhos
para te ofertar...

Mas enquanto espero
é com muito esmero
que escrevo em linhas
como vou te amar

Márcia Poesia de Sá
"Sometimes winds are so warm that we feel like we can hug him...and sometimes it can come so cold that we feel that it can go through us..."

Márcia Poesia de Sá

Where dreams come true


There is none even close to what you are...
And noone else can touch my heart like you do
I could search for all eternity through
and maight discover that... there is none like you.

But I don't need to hunt
not even, look around
cause I won't find you outside
you're so deep in my hart

To see you...
I just have to close my eyes
and let me fly
to where the smiles are...
into your soul
deep in my hart
where the dreams
do! come true

Márcia Poesia de Sá

sexta-feira, 17 de julho de 2009


Ha algo brotando

A terra antes seca e árida com ventos vindo do horizonte
começa a rachar e não apenas pelo sol escaldante
mas pela força de algo que pressiona a placidez
um broto forte e bem formado briga com o ar
derruba as barreiras lentamente com a certeza de vida fora...
Ele insiste...persiste...luta....ele quer tanto viver...

Surge numa rachadura do solo...vê o céu e acredita...
remoi seus desejos mais profundos e com a força de sua alma
cresce...sai e nasce em meio ao caos....
ele sente a brisa quente...
e sonha mais uma vez enquanto suas folhas se preparam para o oxigênio

Ele sabe que sobreviverá.........e nada poderá destrui-lo...
Será a mais bela arvore deste deserto
onde todos poderão descansar suas sedes...
e apreciar o aroma de seus desejos.

Márcia Poesia de sá

terça-feira, 14 de julho de 2009

Procurando estrelas

Eu ando procurando
estrelas no céu de tua boca
Ando pulando em nuvens de algodão doce
Há um cometa brilhando em meu olhar
e borboletas revoando em meu coração

Ando sem sentir o chão
tudo em mim é paixão
vivo apenas da emoção
de todo este bem querer...

já nem sei o que fazer
sinto que vou explodir
sempre que fecho os olhos
e sinto você aqui

Meu amor anda revolto
coração tão absorto
não vejo nem mesmo o mar...
teus olhos estão no lugar
E desta infinita paixão
estrelas caem no mar
deste morno lugar
que se tornou meu coração

Márcia Poesia de Sá

sexta-feira, 10 de julho de 2009


Longe de teus olhos...


Meus olhos te procuram
e em cada colina que vejo
em cada caminhar nas avenidas
te vejo no pôr do sol que envermelha a planície
Te abraço em cada nascer de sol e seus sons

Distante fisicamente de mim
e tão dentro da minha alma
sou o eco do teu grito
o carinho que te embala

Certa vez li e decorei
uma frase que assim fala
Para estar junto
não é preciso estar perto, mas dentro

e assim a poesia cala.

Márcia Poesia de Sá

Pôr do sol...


A tardinha cai e beija-me suave a face
um morno sol já cansado deita-se!
é como se dissesse...boa noite!
com uma voz doce e amena


Mergulho no dourado plácido de teu abraço
e me deixo adormecer em teu braço
num eterno laço...cumprimos mais um dia
e nos veremos de novo...amanhã bem cedo
ao nascer do dia!


Márcia De Sá

Eu, eu, eu...


Quem pode me dizer se sou areia ou rocha

se vôo ao vento ou estaciono lento

Admiro paisagens ou faço parte delas?

Se sou miragem ou realidade

Sou um tanto de flor aberta

interrogação que ama

poesia que declama incerta

Sou passagem de vento de mar

O que eu fui ja não sou eu, é certo!

E o que serei só Deus saberá

Para mim já basta essa inconstância eterna

esta inquietude que me faz voar...



Márcia Poesia de Sá

O mar em mim


Para mim que nasci na praia
o mar é parte integrante da minha alma
é amigo de jornada, confidente da minha lágrima
Parceiro nos dias da infância...juventude

Creio que estamos tão ligados
que as vezes sinto no peito
as ondas baterem e retornarem
escuto os sons de ventos
abraço a agua prata na calmaria

Meu coração só não sabia
que o mar que eu guardo aqui dentro
tem um veleiro chamado Poesia
que navega em mares calmos
toda noite...todo dia

Quando o tempo no meu mar muda
e ao invés de vento...tem ventania
Meu veleiro modifica o rumo
muda de prumo...agarra-se
aos pincéis do céu e voa

Numa tela quente de pinceladas vazias

Márcia Poesia de Sá

quinta-feira, 9 de julho de 2009


Agonia


Em meio a tão tumultuado lilás e prussia
descamba um amarelo que empalidece aos poucos...
Viajando confusa de frente ao retorno...emudeço!
Congela os pensamentos,já não vê ,apenas sente
Por trás o grito carmim extasiante e agudo como ponta de lança
sangram todas as lembranças involuntariamente...
pela falta física de um cérebro que se oculta
A observar o elmo ferido...
no azul da tristeza silencia
Embora labaredas queimem sua voz
que antes,rouca e ferina avançava
Hoje queima calada num peito que chora
No abismo da mulher
que apenas as próprias são capazes de compreender...
Rochas decréptas fazem do sangue da terra
rebrotar a árvore da vida
iluminada pelo céu da esperança...
Que brilha em laranja e amarelo...
seu ultimo suspiro de crer...

Márcia Poesia de Sá
(Poesia escrita para tela Agonia)

Vago

Vago perambulando sozinha
nas esquinas do meu ser
mergulho em folhas cárcomidas
e o cheiro de mofo
expande-se em mim
sobrevõo antigas paisagens
e vejo que os lagos de la ja secaram
as flores que antes sorriam
fecharam seus labios
carentes de afago
Meu mundo cinzento e vazio
perdeu o seu brilho
deixou de existir
me encontro calada e muda
sombria,reclusa bem dentro de mim
caminho caminhos incertos
nevados cobertos
frieza sem fim
invernos tomaram meu peito
e da neve tão densa
não nasce jasmim
odores de dores ao vento
alma ao relento
pedaços de mim

Márcia de Sá

Meu coração
Num peito vasto e sombrio
bate um coração recluso
preso nas muralhas invisíveis
que um dia eu construí

Morto na possibilidade da escolha
com olhos vedados em sedas
ele rasteja nas pedras
buscando um pouco de luz

Sonha seus antigos sonhos
se ilude com gotas de afeto
daquele que o deixou sem teto
recluso nesta imensidão

Calado em calabouço chora
sua triste condenação
vai viver a vida na aurora
nunca mais terá perdão

Pois quem o teve, hoje mora
na mais completa solidão
perdeu sua memória
nas muralhas da ilusão

Márcia Poesia de Sá

Tu vens


assim quase como quem não sabe se chega ou se volta
se abraça ou empurra...se deixa se foge
Chega assim indeciso quase arisco, como bicho

Voce olha e tira a vista...
encara e baixa o olhar...deixa-o vagar
mas te olho com ternura e compreendo tua loucura
e te deixo se acalmar...

Você assusta ainda mais não quer toda essa paz e foge de vez...
corre serras e abismos...voa alto e despenca
se quebra todo no vento...se desfaz e chora!

Volta sem querer voltar..olha sem querer olhar
busca sem saber como...inquieto coração grita
e você destoa teus sons...acostumado estava ao vazio

Enquanto sinto o vento em meus cabelos
e meu olhar te observa calmo
numa ternura infinita de quem sabe esperar...
enquanto você...

Deita em um cobertor de folhas e aguarda...
pois você foge sem saber pra onde
grita sem saber do que
chora pelo que nem sabe
e....

perde sem saber ...
que ama sem querer...

Márcia Poesia de Sa

Enamorando-te



Você belo filho das uvas
úmido gotejar de sonho
das videiras sou avó
sou herança de outros mundos

Elegante criatura
de vestido cor carmim
embalado neste taça
deglutindo um pouco de mim

Se misturas aos meus eus
e me fazes de morada
amanhã quando acordar
serei tua namorada

Nesta taça tão brilhante
tu me olha apaixonado
e eu te beijo na distancia
olhos fixos no nada

Márcia Poesia de Sá
Viagem ao mundo Frio


Longe de casa
oceano me afasta do lar
com olhos brancos observo
as plantas...como são santas !

Perdem suas folhas...secam seus troncos
Parecem estar mortas
más não estão

Se fantasiam de secas
pra enganar a neve que cai

O povo coberto de peles
casacos e mantas
nos pés, o couro das botas
nas mãos pelica das luvas

De longe imponente me olhas
mágica montanha de gelo
parece que no fundo temes
o calor de meus olhos de sol

Ficamos assim por um tempo
unidas no olhar e no pensamento
Tu pensas no gelo do inverno
eu penso nos olhos do vento

Márcia Poesia de Sá

sexta-feira, 3 de julho de 2009




O cheiro do ar

Uma brisa fresca adentra minha alma, ela não fala...canta...
Traz na voz incrustada um gosto de saudade ida...
Um tempo de sol que entardeceu, um momento findo
Ela tem cheiro de adeus em lençóis de seja bem vinda
A brisa perfumada de vontades percorre minha alma
e ronda suavemente as praias esquecidas
coqueiros a fazem reverência, enquanto ela, leve e linda
forte e frágil...amada, adorada e esquecida me beija o rosto meigamente
e parte latente e resignada em seu destino : a vida...

Márcia Poesia de Sá

quarta-feira, 1 de julho de 2009


O negro silêncio das cores


Os sons de tons vários silenciam seus brilhos

As notas de minha musica se perdem numa sonata vazia

E o eco do velho teatro mais nada irradia

Uma tela se exibe insana e irreverente

insistindo um toque de pincel ausente

E a negra noite me abraça com seus braços quentes

enquanto estrelas apenas se fazem cadentes

E eu embrenho na mata dos sonhos

Abraçada ao cavaleiro da noite

Cavalgando em seu alazão

entre ondas de morno açoite

ouvindo o deserto som da praia mais bonita


Márcia Poesia de Sá

Reciclando alma em metal

Derreto objetos por cima das telas
e deixo que escorram como lava
me acho reclusa, retida, um silêncio
Sofro o expor das cores flamejantes

Corroo os materiais como ácido cintilante
e modifico a textura de teu semblante
raspo com espátula tua face de meus olhos
e pinto um novo queimar em tua sombra

Rasgo as almas corroídas do teu tempo
e lixo o brilho que tinhas e só eu via
Envernizo teu sorriso irônico

Emolduro este amor tirano
e guardo a obra do espanto
em algum ateliê abandonado

Márcia Poesia de Sá