Alma de Carrara
Eu vejo o céu que queima em baixo da pele das estátuas de mármore
e sinto a dor da mão do escultor já totalmente louco em face de sua obra
ainda arde em mim a insana inspiração de um dia ter visto os olhos da arte
E os céus flamejantes de todos os meus desejos queimaram ao léu
Eu ando sorrateira pela mente dos loucos artistas dos antigos anos
e bebo com eles do cálice sagrado das tintas banidas e palavras proibidas
Cuspo no chão de teu museu empoeirado pelo vazio das portas fechadas
Pois a alma já não se basta...e te busca entre paredes frias de mim mesma
e te encontro sentado, calado a deriva de você mesmo...nesta correnteza de dor
De onde hoje pinto as cores em pinceladas negras em uma tela de vento
com moldura de alento e verniz lacrimejaste da loja de Zeus
Colocarei minha alma nela...pois assim talvez um dia você consiga se guiar
e sair desta escuridão fria onde moras nas dobras dos anjos de carrara
Márcia Poesia de Sá
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