quinta-feira, 25 de junho de 2009

Desabafo sem cor

Sou um resto
uma semente decadente
vários pedaços de gente
uma mistura geral

Sou a poeira e a brisa
o carrossel e o circo
aquele que já caiu
a piada maldita

Vou aqui e ali
com sorrisos e lágrimas
cores e pontes
rindo de mim

Ando de vagar em vagar
somente a gargalhar
desses pedaços sem fim

Supostamente segura
com as faces da ternura
toques de doçura fugaz

Tantas dores esconde
que qualquer dia um estrondo
vai acabar com essa paz

Sou o terror que arrisca
a fome que belisca
o caminhar lá atrás
e quero muito mais!

Quero um pouco de tempo
pra perder ao relento
catando antigo jornais

Vou rabiscar no futuro
eu quero um pouco de tudo
viver eu não quero mais!

Mas esta vida safada
insiste em não dizer nada
e eu me calo neste silencio sem paz

Aprendi a ser educada
menina não conta piada
não ri e não reclama demais

Maldito colégio de freira
tapou minha boca com poesia
e jogou nos meus olhos
um monte de hipocrisia!

Márcia Poesia de Sá

Um comentário:

  1. este é um tapa com luvas de pelica...hehehe

    delicioso!

    dá de novo...:P

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