Tarde chuvosa em Veneza
Corre a ventania nas estradas desertas de Veneza...e as marolas já descompassadas se transformam em ondas desesperadas...arrecifes de barcos e pessoas tentam resguardar a cidade que já desmorona em lágrimas...enquanto a ventania corrompe a alma do povo que tenta fugir...enlouquecidos em lenços vermelhos esvoaçantes...e correm e caem em total ritmo frenético...e os sons dos trovões dão o compasso das pausas, olham os céus e não conseguem compreender de onde vem tamanha fúria !
E os olhos borbulham...e a pele aquece e descasca no seco e duro incerto futuro que se mostra atrevido aos seus olhos...correm...correm aos braços quentes das desgraças...pois já não vêem mais horizontes e os corvos já estão a espera de suas almas.
Márcia Poesia de Sá
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