quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Aquele céu

Era tardinha, e a brisa soprava morna
nos oceanos só marolas...e uma brisa suave

O céu laranja escurecia e os tons vermelhos apareciam lentamente...
Como se queimassem as núvens aos poucos...e de chuva nada se via
A areia de minha praia me absorvia, e tal qual movediça eu sumia!

Os sonhos de um novo amanhecer e céus azuis
se faziam tão nítidos ainda na minha memoria...
e um sorriso sem cor as vezes surgia em meus olhos fechados
Cerrados pelo sono do querer crer...e assim adormeci

Mas acordei com o som de aves...e até pensei serem gaivotas...
Se tratava de corvos negros que escureceram meu céu
e seus sons eram horrendos..

Fizeram do vermelho o carmim...e aquele céu gritava...
eu podia ouvir...e ele foi se modificando lentamente do carmim
ao marinho...rasgado de estrelas...era um manto puído...
quase sem brilho...e os sons! e os sons!

Adormeci sem saber se dormia, se sonhava se morria...
e acordei deste céu numa marola morna, que comeu as areias e me achou
me engoliu como ostra ... e me jogou na profundidade de mim...
Perdida assim...apenas sentindo as correntes marítmas...lá em cima...
na superficie da vida...

Márcia Poesia de Sá - 19.08.2009

Um comentário:

  1. Tragada por si mesma...na profundidade de um redescobrimento...

    hummm...deliciante, viciante...extasiante!!

    :>

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