terça-feira, 25 de agosto de 2009


Mergulhando

Ja nem sei se arde, rasga
pulsa ou morre devagar...
Algo assim regugita
volta, arde na garganta
e grita , me fazendo
retornar...
Verifico as anotações
decomposições de dor
que escrevi a muito
Rasgo os rancores inferteis
e planto nova semente
limpo gavetas e mato traças
amasso a poesia
rastejo nos vãos escondidos
e estremeço ao encontrar-me
Um rufo de ar entra finalmente
pela janela sem vidro
sem reflexo...sem brilho
e me vejo em linhas
completa
nua de mim
esquecida de ti
refeita
me apanho
recomponho-me
e assisto
mais um voar
de Ícaro
sorrindo...

Márcia Poesia de Sá

Nenhum comentário:

Postar um comentário