terça-feira, 27 de julho de 2010

Solidão vaga

Rastejam pelas matas pequenos pontos de luz. Os cães ladram... E as armas pesadas se arrastam na multidão. Encapuzados com um tecido vinho escuro caminham em silêncio, apenas se vê o brilho gelado dos olhos. Ao longe, o amarelo das pequenas janelinhas, e os cães ladram...
Lanternas de decisões abissais, as mentes direcionadas, passos certeiros, e seguem.
Já se passava uma hora e a lua recostada na nuvem azul, arregalava os olhos, até ela sentia medo dos homens, via-se entre bainhas o brilho prata.
Chegando a casa, os cães só farejam. Olhos vitrificados nas janelas, mãos suando. É chegada a hora. Arrombam a porta aos pontapés, soltam os cães, que na mesma hora sobrem a fina escadinha de madeira, eles os acompanham mais atrás. De repente um grito! Um grito de dor e pavor ecoa pelos ouvidos, bate em cada parede da casa e ecoa na mata escura!
Eles chegam ao quarto, apenas iluminado pela velinha já quase no fim...
Os cães assustados se olham entre si. Não havia ninguém naquela casa.

Márcia Poesia de Sá

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