quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Ilha dos cataventos
Se todas as minhas telas enfileiradas, pudessem recobrir todas as crateras, que por longos anos se formaram, nas paredes arenosas de meu coração. Talvez o nosso amor pudesse então ser repintado, colado e re colado num papel de linho... e escrito assim em tons de dourado clarinho, as letras mais sagradas desta dor.
As telas não sofreriam as intempéries, e chuvas e trovões não as tocariam...pois elas seriam feitas de brisa, de tinta de magia e de carinho.
E eu caminharia pela relva, com um pincel moldado em azevinho, no pelo ele teria asa de anjo, e pena de cupido no cabinho...
Assim ele pairaria no vento, a cada nova flor que eu fosse ver, as mãos não tocariam só você...mas tudo que de azul, fosse pintado. Um manto de estrelas no telhado, e um vôo de gaivota nas manhãs...o som de riso solto na garganta...e tanta esperança nas maçãs.
Na tela a grande tela da noite clara, seria assim pintada em tom de vinho...uma cor que de você, escorre espinho...reviravoltas de histórias sãs...na clara pele de todas as telas....gotículas sairiam delas, suadas de tanto amar-mos nas manhãs.
A vida passaria lenta, na minha ilha da fantasia...arte repintada todo dia, a quatro mãos de tinta e poesias...
Ambos seríamos livres, e em nuvens colheríamos ventos...para voar-mos em nossos cata-ventos...espalhando perfume pelo ar. Se um dia meu sonho revoar... voarei com ele ao infinito...eu, tu e este sonho bendito. Em nome da leveza deste ar...
Márcia Poesia de Sá
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