Despertar
acordo á bordo do mar
borbulhar de peixes e lanchas
lançam arpões em mim
guelras me trazem o ar que não ha
impulsiono-me em direção ao céu, sigo
languida superfície verde, me abraça
sinto o perfume dos caquis maduros
e a distancia da ilha
me puxa para baixo novamente
mergulho-me, caço-me...
busco-me
encontro arraias e tubarões
baleias e sereias irmãs
sou e não sou parte deste todo
salgado engodo
lodo de verdades
em azuis mortandades
mergulho
afundo
morro e renasço
dentro de mim
um navio de aço
a enferrujar lentamente
mente de sal e poesia
degradação
sol a pino
sal e sino
adeus e bom dia
sou peixe frito
na mesa do navegador
e preciso suportar...
mais um dia!
Márcia Poesia de Sá
Márcia
ResponderExcluirTua poesia navega entre o real e o ilusório e nos remete a contemplação e porque não dizer reflexão do que somos, de quem somos.
Somos sim este navio enferrujado, outrora bombardeado, naufragado mas que leva seus tesouros e a história de um certo capitão que não abandonou o navio mesmo quando estava afundando, mesmo quando todos pularam.
Bjs, lindo demais!
Luiza
www.barracodevidro.blogspot.com
Luiza, fiquei comovida com seu comentário, muito obrigada! venha sempre...beijo de mar.
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