Ela estava sempre tão só?
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Era manhã de dezembro e a doce senhora sentada em seu escritório, escrevia.
Lareira acesa a tentar aquecer-lhe a memória e a alma, dava um tom dourado a tudo e
Ainda fazia bailar em sua face, luzes infinitamente belas...
Estantes abarrotadas de todos os seus romances e dos tantos outros livros que ela lera
Só emolduravam aquela imagem quase mágica! e falavam baixo sobre suas estórias...
Tudo tinha um certo ar de magia naquele lugar, e o silencio só era cortado
A partir das cinco da tarde, quando a doce senhora tocava seu piano.
Várias vezes tantos pensavam em sua solidão e reclusão
Absoluta, Contudo ela jamais se sentiu só.
Sabia que sua alma já não vivia naquela casa, sabia que suas mãos não lhe pertenciam...
Exibia na face um olhar tranquilo que mostrava bem os tantos horizontes que via
Meiga como raras pessoas conseguem ser, conversava com suas petúnias sobre o inverno
Papeava alegre com os colibris do jardim, sobre as nuvens encantadas após a colina
Ria muito com todos os seus personagens! e falava mansamente com seus livros
Ela era um ser inimaginável...e a solidão realmente não fazia parte dela.
Tudo que viveu, fazia parte importante de sua atual calma e de seu sorriso
Absolutamente apaixonante! tudo que sofreu a fez crescer
O ontem, o hoje e o amanhã daquela senhora, viviam em perfeita harmonia...
Sabia sorrir, chorar e sonhar com a mesma intensidade
O amor era seu único vicio!
Márcia Poesia de Sá
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