segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eu e ela

É madrugada e acordo sem mim, corro pela casa a minha procura e finalmente me encontro. Dedos inquietos, mente capenga, olhos fechados e caem de meus dedos letras febris. Apenas me entrego a página e me deixo escorrer. Do lado de mim, me sento, acendo um cigarro, coloco o ultimo café da garrafa e só me observo...
Nada de real ou tudo de real escrevo...vicio de me reler nas madrugadas. Vicio de me ver em frases e nem sempre o espelho me descreve, so os papiros me compreendem. Danço pela sala das memórias e recosto a cabeça naqueles abraços que ja me deixaram.
Fome de sono! vou até a cozinha e provo um pouco de sonho...mas está frio e tem neblina.
O ultimo gole do café e eu não paro de escrever...me deixo ali no computador e vou fazer outro café, posso até escutar-me continuando a história...volto. Tento olhar-me nos olhos mas eu não tiro os olhos do teclado não adianta eu me chamar atenção.
Nada me tira desta entrega. Tomo meu café agora quente e me deixo em paz...
A fumaça do cigarro me incomoda os olhos e olho para mim como se me perguntasse
-Porque não vais dormir e me deixa escrever?
Nada respondo, finjo olhar para a janela e lá fora, uma lua gigante gargalha.
Agora vou me vendo escrever mais devagar, a mente começa a se deixar possuir por mim mais uma vez...levo-me para a cama e vou reencontrar-me novamente só amanhã...na próxima madrugada.

Márcia Poesia de Sá - 2011

2 comentários:

  1. Márcia!
    Que bom visitar o seu mundo de sonhos e palavras tão bonitas!
    Gostei!!!
    Vou voltar!!!
    Beijos
    Macabéa

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  2. seja sempre muito bem-vinda Macabéa...beijos.

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