quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Rendo-me, conduza!
Conduza-me por entre passos
de pernas que se espelham
Leve-me consigo ao seu mundo de rubis...
Fecho os olhos, seguro sua mão
Entrego-me, rendo-me
Conduza-me aos insanos veios
traga-me os aromas de teus loucos jardins
faça-nos cruzar os portais de Atlântida
vendada e muda, quieta e surda
indefesa ardência
Conduza-me ao incêndio !
Conte em meu ouvido todos os contos
que destravam os cadeados,
que dilaceram as cordas
em raios invisíveis de neon
Dance comigo nas alturas do sonho
vamos morder a lua?
lamber a luz?
enlouquecer?
Conduza-me lentamente
ferozmente
vorazmente
ao seu insano mundo
E ao me entregar,
sei que sentirei na língua
o mais ardente sabor do instinto.
Que goteja incandescente
sobre a canção e o mar.

Márcia Poesia de Sá.

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