sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Sacrilégio
Quando as ampulhetas detectarem a hora
nos recantos espremidos da gaiola branca
e o ar, for completamente roubado 
do vento...
E as águas verdes, forem acinzentando-se
lenta e fervilhantemente
já não haverá mãos
para aferir os pulsos
Nem um único crepúsculo
para salvar a flor.
A vida vai empalidecer !
Deitada no branco
esfriará
Pincéis pelo chão
não pintarão mais nada
Quando as ampulhetas forem viradas
será tarde demais
para os tons
translúcidos.
O ar
vai sufocar em silêncio.
Márcia Poesia de Sá.

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