terça-feira, 10 de novembro de 2015

Vento ingrime.
Sei que emigrei de mim
e há anos o fiz
perdi as rotas, endereços
razões e cidades...
Emigrei de tudo que era e fui
hoje, rarefeito é o ar daquela estância
e sem constância ou ternura
olho as páginas que descoloriram-se
A estrada que sigo hoje
não é adaptada a retornos
é uma subida ingrime
extremamente perigosa
onde nem penso em parar
Ontem eu vi um pedregulho
que se desprendeu do sonho
e rolou ladeira a baixo
estilhaçando o vento
que seguia até teus olhos
Ontem vi os farelos
que te cobriram
empoeirando as imagens
como um filme antigo...
sem título ou data.
Levantei e segui
afinal, meus horizontes
ainda dormem no amanhã.
Márcia Poesia de Sá.

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