Ermitão por opção
Nada mais lhe aquece as veias
Calejadas ausências de pulsações
Ele já não enxerga, azul nem verde
Tudo se acinzenta na imensidão
Pé ante pé, ele segue lento
A mais um acalento, sem direção
Rastejante réptil carente...
Quase invisivelmente,
Nada num rio poluído de ingratidão
E então este ser, que até de si se torna ausente
Infelizmente sente, da solidão, a escravidão
Jogando-se de vez no silencio de línguas
Tornando-se por puro desejo um ermitão
E mesmo que em seus brados famintos
Exalem ainda alguma poesia...
Nada lhe tira da clausura infinita
De uma alma não lida
Um ser na escuridão
Por opção.
Márcia Poesia de Sá
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