Ontem
Eu pensei que tudo era azul
Que a água era infinita
Que o mar era amigo
Que a mata só crescia
Ontem eu cria
Que a alma era boa
Todo amigo era eterno
Todo amor era infinito
Ontem eu acreditava
Na palavra das pessoas
Nos olhares meigos, doces
Nas mãos como afago
E nos ouvidos, como cemitérios
Ontem eu acreditei
Nos juramentos das autoridades
Das pessoas, só verdades
Ontem eu fui assim
Hoje nem é tão ruim...
Mas eu passei da altura da mesa
Posso tocar o parapeito
Fico inconfortável no fusca
Não sei o que mudou...
Algumas coisas ate melhoraram
Mas outras se vestiram de espantalho
E assustam as andorinhas de mim
Márcia Poesia de Sá
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