Por onde eu ando?
Perdi o tempo, o leme... A direção
Emoção se faz de morta, perdi a concentração
Caminhei por caminhos cujo vento apagava minhas pegadas
Como se eu fosse apenas marola de vento em duna
E esta mesma duna, que a meus passos acolhiam
Era ela também engolida pelo vento e sumia de meus pés...
Perco-me facilmente de mim.
Acho que já ando me despedindo faz tempo...
Enjoei desta casca dourada. Queria ser novamente fluido
Apenas uma luz... Sem temperatura, nem escravatura, sem cansaço de ter de viver.
Ando tão exausta de continuar morrendo a cada dia
Perdi a luz daquela manhã, e o raio que despedaçou a árvore
Perdi a lágrima de amor, perdi a saudade... Perdi a idade e a sanidade...
A mim, abandonou...
Saiu sorrindo de mim, pela porta branca...
E num facho de luz do corredor apenas olhou-me de longe
Perdi os neurônios, os sonhos, a dançarina de neon, perdi o show do Oswaldo...
E um tanto de pecado, que me neguei a cometer...
por onde anda minh’alma, atordoada e
embora tão densamente amarrada, vaga sem rumo no ar...
Chego ao fim da duna... O dia já percorreu todos os meus labirintos
E sento exausta num raio de lua... Que me acarinha com a brisa fria
Como se tivesse até com medo de me tocar.
As estrelas me olham com ternura
E eu sei que a elas também perderei um dia...
Quando meus olhos não mais puderem enxergar
Então, as guardo nas gavetinhas da memória... Que andam já abarrotadas.
Pois só assim as terei para sempre
Como ainda tenho de algum modo, tudo aquilo que de fato já perdi.
Márcia Poesia de Sá
Perdi o tempo, o leme... A direção
Emoção se faz de morta, perdi a concentração
Caminhei por caminhos cujo vento apagava minhas pegadas
Como se eu fosse apenas marola de vento em duna
E esta mesma duna, que a meus passos acolhiam
Era ela também engolida pelo vento e sumia de meus pés...
Perco-me facilmente de mim.
Acho que já ando me despedindo faz tempo...
Enjoei desta casca dourada. Queria ser novamente fluido
Apenas uma luz... Sem temperatura, nem escravatura, sem cansaço de ter de viver.
Ando tão exausta de continuar morrendo a cada dia
Perdi a luz daquela manhã, e o raio que despedaçou a árvore
Perdi a lágrima de amor, perdi a saudade... Perdi a idade e a sanidade...
A mim, abandonou...
Saiu sorrindo de mim, pela porta branca...
E num facho de luz do corredor apenas olhou-me de longe
Perdi os neurônios, os sonhos, a dançarina de neon, perdi o show do Oswaldo...
E um tanto de pecado, que me neguei a cometer...
por onde anda minh’alma, atordoada e
embora tão densamente amarrada, vaga sem rumo no ar...
Chego ao fim da duna... O dia já percorreu todos os meus labirintos
E sento exausta num raio de lua... Que me acarinha com a brisa fria
Como se tivesse até com medo de me tocar.
As estrelas me olham com ternura
E eu sei que a elas também perderei um dia...
Quando meus olhos não mais puderem enxergar
Então, as guardo nas gavetinhas da memória... Que andam já abarrotadas.
Pois só assim as terei para sempre
Como ainda tenho de algum modo, tudo aquilo que de fato já perdi.
Márcia Poesia de Sá
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