domingo, 8 de agosto de 2010


Eu e ele

Comíamos a madrugada em favos

Nos lambuzávamos de mel e rimas

Já não haviam relógios descalços

E a hora se fazia minha...


Tão minha quanto tua, tu dizias...

Enquanto nós voávamos assim,
Éramos dois, e a noite se avizinha
Para calar tão fundo, ao coração

Eram poetas mortos, em revoada
E dois versos vivos em erupção

A lua nossa eterna namorada
No coração um mar de emoção

Em gotas sólidas de puro êxtase
Na madrugada quente fervilhante

Mas o zumbido deste frio errante

Fez acordar o sol já exultante


E só lamento, este amanhecer...

Márcia Poesia de Sá – 08.08.2010

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