domingo, 1 de agosto de 2010


Gosto de festa

Às vezes sinto um gosto que desejo, sequer sei se o defino.

É um gosto nada franzino, e pulsa como um lampião. Não sei se já viram em cidades históricas, quando a lua fica bela, os lampiões estalam amarelos em ruas cobertas de pedra.

...Seria um gostinho assim... Gosto que pulsa em mim.

Às vezes doce escorregadio, quinem calda de pudim, é ai que nascem os infantis, as memórias da menina que ainda vive por aqui.

Mas tenho dias de gosto amargo, de escadarias frias... De uivos de lobos nas bocas dos dias, ai nasce à maioria das prosas... As que trazem na alma tantas linhas e paisagens em tons de verde musgo e cinza.

Os gostos que me surgem mudam de dança, depende da temperatura do pensamento, ou do cheiro das manhãs...

Minha escrita mais parece delicatessen importada. Têm em algumas noites, gostos estranhos de nada. É como se eu saboreasse o mais fino doce da Grécia, não sei quais foram os ingredientes, apenas o descrevo em cascatas.

Sinto na ponta da língua, a doce necessidade. Mas no fim da garganta expande a amargura das taças. Minha poesia eclode como bolhinha em champanhe.

Algumas vezes comemora, outras apenas o gás expande.

Márcia Poesia de Sá –0 1.08.2010

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