domingo, 10 de outubro de 2010


"E que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos nem a boca Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio." (Metade - Osvaldo Montenegro ) Me deram este mote, e dele nasceu este poema... grata Célia, adorei fazer.


Meu silêncio

Há na min’alma ecos de risos
Triscos de sonhos imprecisos

Contudo, há nuvens de puro som
Bom saber-me um improviso

Força do medo, releio
Reescrevo a coragem que arde
Alarde em gritos e textos
Frações de mim, escarlate

Meu som já te busca em silêncio
E brada quando a noite cai...

Sou só um pedaço de sonho
Um tanto que componho
Outro tanto que se esvai

Abraço então meu silêncio
Composto de dor e solidão
E o planto na colina...

Para que brote
Imensidão.

Márcia Poesia de Sá

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