Galho D’água
Vejo-te como galho d’água
Exposto e vitrificado em minha memória
Nos teus galhos já não há mais frutos
E as folhas em cristais translúcidos
Despencam de ti, como antes, fizeram meus sonhos...
Vejo-te como tronco retorcido
E na pele do antigo toque, arrepio
Não mais de prazer, mas de frio!
Na gélida sensação de silêncio e vazio
Onde o vento já não derrete nada mais...
Vejo-te assim, como foto de postal
Intacto fractal de vidro
Insano, insensível, irreal.
Teatral passado esquecido
E dos frutos já apodrecidos
No solo que antes, era tão florido
Nenhuma semente jamais brotará
Vejo-te como galho d’água...
Eternamente congelado por este meu olhar.
Márcia Poesia de Sá
Nenhum comentário:
Postar um comentário