quinta-feira, 28 de abril de 2011



Ah... como é difícil

Saber tocar o intocável
Abrir baús empoeirados
Ver voar borboletas azuis
Que por tanto tempo
Pareciam cinza

Como é difícil abrir a alma
Conter as ondas nada calmas
Que moravam em lagos tranqüilos
Até a manhã do ontem

E ver que o redemoinho que as consome
Pode ser um sumidouro
Do sonho!
As levando para o infinito tristonho
Dos baús tão fundos do futuro

Ah como é difícil acreditar...
Após um tempo de descrença
Que as verdades inegáveis sempre dançam
Os bailes mais profundos da ilusão

Ah como é difícil impor a pena
Quando a alma chora, sofre pena...
Geme seus poemas em solidão.

Se ao menos o verde se fizesse presente...
Haveria um horizonte em minha mente
E meu veleiro branco
Navegaria em paz

Mas no fundo poço deste cais
Há apenas duvidas nada mais...

E o poeta voa sem querer
Um vôo chamado seu sofrer...
Por amar, e assim amando...
Se deixar morrer.

Márcia Poesia de Sá – 28.04.2011

Um comentário:

  1. Morrer de amor e ranascer na poesia, minha querida! Belo e pungente teu poema!

    Beijos!

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