sábado, 4 de junho de 2011


Enquanto a chuva canta

Lá fora a chuva canta sua canção em gotas
Como lágrimas nada poucas,
a banhar as gramas da razão

Minha mente vaga e na alma
há tempestades e calmarias

Lá fora...
As andorinhas hibernam macias
Por entre abraços de galhos já quentes
E em minha mente algo fagulha
Uma imprecisa sensação de angustia
Algo de adeus...

Lá fora a poesia congela petrificada
Espera tão demorada...
de um dia amanhecer fantasia
E na utopia das horas
As notas transitam do passado ao presente
Como que bailando dolentes
Por sobre a pele da vida

E como se já não bastassem
As internas cachoeiras...

Lá...logo ali adiante
Vejo os cristais das gotas a brilhar
Como diamantes dos céus
Que retornam ao berço
Alimentando o jasmim e a begônia
Fortalecendo o verde de esperança
E despencando em mim

Como chuva
Gotas de matança.

Márcia Poesia de Sá – 04.06.2011

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