domingo, 12 de junho de 2011


Uma viagem ao âmago de si mesmo


Um mero pescador, um navegante do mar...
Em sua frágil jangada sente nas costas o desejo
de sua fortaleza, mas na realidade dos fatos é só
uma jangada a quebrar as ondas, pensando-se ser um navio mercante...

Mesmo assim , segue o pescador, corajoso e ciente de seus
atributos e deveres.
Numa noite de lua cheia, o pescador joga sua vara ao mar,
sem sequer imaginar o que estava por acontecer.
O fio de nylon de seu anzol pousou no verde esmeralda,
salgado de tantas dores e imagens, mais parecia um traço
feito por Leonardo...algo de arte havia naquele pousar...
Cai o fio...afunda lentamente...e por horas espera o pescador...
ja com sua mente dormente

Quando em meio a luz da lua, nesta noite, cheia! Barriguda...
Vê o pescador uma sombra gigantesca, na teia de sua mente doente...
E pensa o pescador já sem fôlego
- O que é isto meu Deus? Porque temo?
Sai do mar uma coisa, quase sem explicação, sai do sal sua sombra,
explodindo em cores e clarões!
O pescador se apavora, mas paira em olhos e cílios!
Carcomidos estão os seus gritos e calado engole sua alma
Olha apenas e se afasta...

Larga o fio de aversão
Morre o poeta de infarto! e o pescador, pesca sua alma então.

Márcia Poesia de Sá – 11.06.2011

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