domingo, 5 de janeiro de 2014

É, esta vida é mesmo engraçada.

( E de verdade, ao digitar engraçada, errei e digitei engradada, depois vou pensar num poema de grades)

 Mas enfim,

É, esta vida é mesmo engraçada.
Estive a ínfimos milímetros da plenitude da felicidade. Pude ainda sentir seu perfume, sua tez e até mesmo a fumaça que corria de seu fogão a lenha, cozinhando lenta e carinhosamente coisas minhas e dela em sua panela de barro. É, estive pele a pele com o abraço, e ele me aqueceu e arrepiou os pelos. Queres ver os olhos da saudade? se disserem sim, eu  peço uma foto. No momento ela está aqui sentadinha no chão, recostada nesta casa de pau é pique, deglutindo um copo de água da jarra  e olha para o horizonte.
Sabes? hoje á noite eu vou fazer uma fogueira, quero hoje ver estrelas! e nem a chuva se vier, vai me impedir de vê-las. Porque poeta é um ser que vive sozinho, e a isto nada pode mudar, a gente cria mundos, todos se mudam para lá, e no fim só nos resta este pote mágico de criar, e uma solidão infindável.
Mas hoje á noite não! hoje farei diferente, criarei meu mundo ainda á tarde, antes da lua acordar e me tomar para ela. Hoje quero chuva de natureza, respingo de beleza e verdade e olha só, no meu mundo chuva jamais apaga fogueira!
Vou assar milho, fazer café fresquinho, forrar a mesa com toalha branca, e decorar com margaridas. Hoje eu quero e vou ver estrelas. Guardo um lugar no jardim para você?
Bem, vai pensando ai, que preciso sair para comprar giz e riscar na terra aquele joguinho da infância no qual pulávamos com um só pé até chegar ao círculo. Ah o nome do círculo era céu...


Márcia Poesia de Sá - 2014 

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