Lareira
Sinto uma querencia
um acordo com o amanhã
a brisa morna que faz dengo
e aquele lenço logo ali
acenou com palidez brilhante
Sinto a fome dos famintos
a lareira que ora crepita
o carvão que dilacera
nas sinuosas voltas do asfalto
... e esse cheiro de marolas
Sinto o rasgar da nuvem
a seda que da seda, já cedeu
as mãos dos distantes
e a língua do elfo!
Sinto a rajada do cansaço
Sinto que sinto demais...
farejo a carne que assa
e lambo o silêncio audaz
Márcia Poesia de Sá - 2014
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