E assim sendo, que o seja.
Desertificando ando, na clareza duma imensidão tanta, e percorro escadarias e prantos, tateando com olhos cegos, paredes de pedra. Arranhando a fina pele em pontiagudas lâminas de arenito e farsa.
Desertificando ando, quando não me encontro em meu sorriso, que brilha opaco por sobre os freios dos dias, e miseráveis cacos de vidros! mas solitário persiste, numa briga injusta com os rochedos.
Desertificando ando, quando arregaço meu coração usando os dedos de minhas mãos e ao olha-lo de perto, uso lente de concreto e nada vejo. Nada vejo...
Desertificando ando e as areias já me tomam os olhos, sou duna na imensidão! um silêncio irrisório, uns anos inúteis, uns riscos impuros, e uns anjos enlouquecidos. E do deserto ao qual pertenço agora, sou só um destroço e tu, puro abismo.
Márcia Poesia de Sá.
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