Simplicidade
Enquanto as verdades deitam-se tranquilas por sobre os lençóis dos dias...
Enquanto os olhos encontram a sinceridade de seus brilhos vindo d'alma.
Enquanto as hortênsias da alma desabrocham com calma, exalando um suave perfume como jamais o fizeram, e um terço desce ao mundo e reaprende a primavera dos anjos.
Há algo tão profundo na cadência dos dias, como se os rios todos da existência de repente convergissem a uma só foz, e em uma só voz há clamores de paz e calma. As estradas perdidas se revestem de estradas floridas, e das matas ouvem-se violinos que cantam felizes, a canção dos finalmente. Na alma o toque na maceis da singeleza, exclama num sorriso terno que redunda num balé de passarinhos azuis, e no ar definitivamente há purpurinas de penas angelicais.
Só o que nos faltava e sempre faltou é pureza, a pureza que reveste nossa alma e que com os anos foi sendo coberta por poeiras e eras de tanto desamor, mas enfim chegou a época da florada, e assim como os frutos amadurecem nas árvores e perfumam-se, nós também amadurecemos e exalamos um cheiro bom de simplicidade e doçura dos favos.
É a mão que busca a outra mão na rendição dos sentidos, o tato aflorado pelo coração, o abraço que aconchega derramando ternura, o beijo que enleva, e o amor que já tão cansado de sofrer, quase fenecendo de fé, retorna a vida e finalmente nos salva.
Márcia Poesia de Sá.
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