E o tempo cala-se.
Sombrios são os instantes por onde percorrem as aspas,
os espaços que silenciam o intermédio das frases.
E este tempo que não para de girar...
os espaços que silenciam o intermédio das frases.
E este tempo que não para de girar...
Sombrios são os estreitos pensamentos
rodopiando incessantemente os momentos
fazendo raios virarem trovões
E este tempo que não para de girar...
Sombrio é o frio que em meu peito prolifera
levando as folhas de outono, apagando verões,
girando todas as esferas, gerando tantos sertões.
E este tempo que qual conta gotas, pinga!
levando as folhas de outono, apagando verões,
girando todas as esferas, gerando tantos sertões.
E este tempo que qual conta gotas, pinga!
Sombrio e silencioso é o suspiro
este sussurro mudo e esquelético
que caminha de lá para cá no abismo profundo
de uma cor que nunca ninguém viu.
E este tempo que morre á cada dia.
Sombrio demais é a certeza, que sentada na varanda
cruza as pernas, sorri o mais cruel sorriso e enlaça
os nós que de tão sós fazem-se manto.
E o tempo, agora frio e morno
cobre o dia de um abandono absorto
na letargia de um sonho quebrado
esfacelado em lâminas do acaso
por onde os trilhos perderam-se nas nuvens
E o tempo cala-se.
Sombrios são os veios por onde agora escorrem os versos
que jamais ousei escrever, e que hoje borbulham silentes
como lava quente, de um vulcão extinto
E este tempo que tão objetivo
resvalou nas estrelas, e amalgamou meu sorriso
neste plácido lago de gotas transparentes
que o vento frágil, ainda insiste em secar.
Márcia Poesia de Sá - Dez 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário