terça-feira, 10 de novembro de 2015



Desejos delirantes
Eu quero o verbo
aquele que destoa...
o que sai rouco e tonto
emocionado e risonho
chorando ou pulando...
Eu quero o verbo
o verbo nu, enrolado na toalha
o verbo perfumado que caminha na areia
e deixa o perfume exalar no vento
Eu quero o verbo solitário
olhando a chuva lá longe...
quero o verbo que submisso
se equivoca de vir e volta sempre
Eu quero o verbo !!!
o meu verbo, o teu verbo
e o verbo que seguiu em frente
se perdeu no ventania
comeu caqui maduro na esquina de Berlim
Eu quero o verbo indecente
decadente, e o ingênuo
também, que docemente sorri...
e fica rubro de amor
Ah...eu quero o verbo !!!
o verbo ensolarado
o verbo que incendeia
e o que prateia ao namorar a lua
o verbo embriagado
endiabrado
e o verbo santo !
Eu só quero o verbo!
o restante, deixa o olhar assim, bem distante
da um gole na noite, sente o cheiro do ar
e me verás passar...
Márcia Poesia de Sá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário