segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Arrumando meus pinceis

Hoje decidi arrumar a mala
Lavar a cara, pintar sem cor

Hoje joguei fora tintas velhas
Pinceis já sem pelos
E minha dor

Hoje passei verniz nos olhos
E nas paletas assim, bem cruas

Já arrumei em filas minhas telas
Minhas veias, minhas ruas

Já arquivei antigos croquis
Amassei desenhos esquecidos
Derramei no lixo todos os bichos
E os óleos de linhaça, velhos, líquidos

Varri o ateliê de antigos sonhos
Acendi incenso de benjoin
Tudo isso fiz assim,

Só para amanhã recomeçar mais uma tela.
E que haja nela, uma paisagem clara e bela
Quem sabe eu pinte uma janela
Com flores de amor perfeito
Lilás e amarela.

Na floreira,
Que aromatizará todos os versos
Que Amanhã cedo, brotarão
Na minha alma.

Márcia Poesia de Sá

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