quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Meus medos


Houve um tempo em que acreditei não tê-los...

Faziam parte de um antigo capitulo

De algum velho livro...

Esquecido pelos anos...

Mas as ratoeiras jamais se desarmam sozinhas

E hoje compreendo meu ledo engano

Temo o maior de todos os medos!

Temo perder-me de mim

Temo o fim da lógica

Perco o chão ao imaginar-me insana

Temo a loucura!

Não como loucura assim, dita

Simplesmente e profana,

Temo a loucura escondida

Temo simplesmente perder minhas cores e linhas

Apagar-me literalmente

Tenho medo do silêncio da minha mente

Que apavorada irá debater-se

Choro só de pensar em ouvir outras vozes que não as minhas

A contar-me contos, histórias ou poesias.

Temo o apagão de minhas verdades frias

Temo a morte do sonho

A realidade crua a apodrecer minhas asas...

Meu fim, assim...

Como um simples caderno novo.

Um nada...

Um qualquer coisa de mim

Onde certamente jamais me reconhecerão.

Temo o vazio com som de corvos,

Não a solidão.

Márcia Poesia de Sá


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