Nossos momentos
Onde pouso minha neblina
quando me encontras?!
inundando-me de tuas torrenciais chuvas
Incisivas como tuas ideias, afogas-me!
mastigo estrelas deste mar de nós
e observo cavalos marinhos
que dentre eu e tu, rodopiam
sorrio...
Sinto-me tão vasta!
um tanto porosa, liquefeita quase,
e deixo-me ali, bailarina entre teus braços
quando fundem-se nossas densidades
neste fecundo azul de borbulhas prateadas
...E entra o verão com labaredas de tudo, e queima!
mas vestindo-se de cores, faz nascer a primavera!
então, despe-se, e muda, e desfolha, viramos outono!
e gela, e petrifica-se, transformando-nos em inverno!
só para derreter-nos devagar.
No entanto cá dentro, um sentir se eterniza
mantendo-se desvairadamente imune as intempéries
desta nossa tresloucada vida
Pressinto pois, ser no cais de teus olhos, minha única guarida!
e abandono-me lá.
...Prostrada na maciez dos pelos de teu peito, finalmente zarpo
mar á dentro, afoita como rajada de vento!
neste total á deriva, desses nossos momentos.
Márcia Poesia de Sá - Dez 2013..
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