Pedaços
O verde aveludado daquela paisagem sonolenta acomodava os olhos, deitava os pensamentos por entre as leves serras e o vento tocava uma melodia que poucos compreendiam. O piso de pedra com grossos troncos de árvores, sustentavam o caramanchão de flores e a sombra que elas faziam nas mesinhas de madeira clara eram como desenhos a se moverem nas tardes.
O homem e suas inquietudes silenciavam apenas aparentemente, na verdade enquanto aos olhos alheios havia silêncio e solidão, havia na verdade um redemoinho lírico a descrever tudo o que havia ali e mais...
Havia estórias sendo contadas, e muitos índices indicavam ser um longo livro de autoconhecimento.
Naquela pequena vila, as pessoas caminhavam lentas a subir e descer ladeiras que mais pareciam emoldurar cada capítulo daquele ser. Certa manhã, enquanto ele sorvia uma de suas tantas taças de vinho e olhva atentamente a dança carmim daquela taça falante, o homem iniciou uma estrofe que dizia:
Adeus beleza...e mesmo que um dia eu não mais esteja, saiba bailar aos olhos de todos como há tantos anos o faz...quem sabe beleza, ainda haja neste mundo olhos capazes de dialogar contigo, jamais perca a esperança...
Um beijo,
Agora seguirei a melodia que tocas para mim, e serei eu também, mais um flautista do vento. E sobre a mesa, junto a taça vazia apenas uma florzinha seca foi sua ultima leitora.
Márcia Poesia de Sá
Achei a prosa linda. Muito lírica. Só achei que você repetiu muito "havia". E "última" não perdeu o acento. Vai ver que de resto tá perfeitoa (porque é prosa rsrs)
ResponderExcluirabraços poetisa