Fazendo parte de três mundos
Ha tanta reticência fazendo amor com pensamento, tantos
"se"s...
e a cada nova nuvem, seja de esperança ou de tempestade, o
poeta viaja
apenas arruma as malas dos versos, tira a poeira da capa e
sai...
Vai até a linha imaginária que divide a sanidade a outras
coisas
Antes, escova os neurônios com uma escova macia
jamais soube do que ela é feita!
Ha tantos pontos finais se suicidando das linhas
nem eles sabem porque o fazem, apenas fazem
e o poeta vê...sente a dor que não o deixa ponderar
depois, escreve sobre ele...coisas de saudades, rancor e
vazio
Pobre ponto final, tão equivocado...
E ha aquele mundo que todo poeta adora
o mundo onde os olhos casam com o silêncio, e tem como
madrinhas e padrinhos
as utopias e devaneios. É um mundo basicamente lilás e azul
turquesa...
lá, as nuvens são levemente doces, e a brisa tem aroma de
mirra no final da tarde.
Quando está ensolarado neste mundo, existem vendedores de
limonada
eles parecem borboletas e ficam apressados quando a
vendedora de virgulas
passa risonha com sua saia de bolinhas...
Viver em mundos tão distintos e permanentemente mutantes
entre si
é o que nos da este ar que dança entre o intimismo e a
desatenção.
E nos faz em certos momentos, ver coisas que ninguém vê
e sentir fundo n'alma, essa reticência infinita.
Márcia Poesia de Sá - 23.12.2012
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