terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rubra

Acho que tenho atração por naufrágios
por adágios e por pílulas de utopia

Desejo o poema arrebatado!
irado e alucinado de endorfinas

Queria escrever o amor
mas hoje me parece impossível
ele desbota e pinga sem parar!

Emparedada na linha, só a vírgula
e essa maciça corrupção verbal
Subjugo ao caos os pratos frios
repudio, regurgito e me irrito!

Escrevo então um livro de ossos
depois o afogo num lago qualquer.
Também sei pintar desprezo
e presas a ele, voam as manhãs...

Uma doce condenação ao silêncio
onde a lâmina dança
entre a aorta e a jugular!

Pulsa! jorra, molha e seca
num vermelho vivo quase morto

Beirando o espetacular!

Márcia Poesia de Sá - 2014

2 comentários:

  1. Wonderful! É o sangue que ferve neste tom rubro, poeta. Paz e Luz.

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  2. Grande Helen! muito feliz com sua visita querida, obrigada. Sei bem de sua sensibilidade, beijos meus.

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