Noturno Manto
Não vês as sombras que perpetuas?
(d'uma magnitude esplendorosa!)
que queima minha alma
e a tua boca adoça!
Fazendo-nos espectros sem luz?!
Não vês que compactuas com o silêncio?
pintando numa tela tons pastéis
rascunhos de momentos tão cruéis
vagando na insensata teimosia?
O amor não merece rejeição
é tímido, é doce, é imensidão!
se ajeita pelos cantos de teus frios
e treme sem a tua compaixão!
Não grita, nem chora ou esbraveja
o amor só se entrega a esta tristeza
de amar-te mais que a vida!
e ainda assim, deixar-se fenecer...
E acabrunhado pelos cantos
estremece em soluços sem prantos
aconchegado a este gélido manto
que a noite inclemente, insiste em o cobrir.
E assim, entrega-se a nostalgia
de amar-te além da noite e todo dia...
Até já não poder aguentar mais!
Márcia Poesia de Sá - 2014
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