quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Impressionista


Era cedo e o século se devorava lerdo
as linhas tendiam a perfeição pura
no lamento enlouquecido, quase fotográfico
a arte amarrada e velada, calada na boca da rua


As cores eram sóbrias e frias...
condenadas a uma seriedade abissal
e do sal das lágrimas de alguns artistas
amarrados em cordas impostas, dor descomunal


Mas a coragem as críticas banidas e injustas
levantaram a bandeira...liberdade!
e eles todos dos grilhões pularam
e mergulharam nas aguas limpidas do Sena

Fazendo festas e luzes de amarelo gritante
jogando o vermelho que berrava a todo momento
e pontes com dois traços e a luz mais adiante
acenderam uma nova era na arte, que estava gestante

Parindo o Impressionismo neste instante
e decompondo a cor, a luz e o som gritante
encantam o mundo com sua arte, dita louca
belamente abraçados entre si...Monet, Manet e Renoir...
entre tantos outros gargalhavam...
e dançavam no baile da luz...
ao som de noturnos...e aplausos da lua!

Márcia Poesia de Sá

domingo, 6 de setembro de 2009

Meu amor

Ai! amor me perdoa...
se não clara como lua fôra

Se escondo minhas nuvens em meio a sorrisos
se apenas te amo em momentos de improviso

Perdoa-me não ser tão clara
A deixar-me perder nestas rimas
Quem sou eu, para julgar-te meu
Mesmo que perdida tantas vezes em linhas


Sabes que me tocas, e isto é real !

Compreendes minhas fases de mar tão surreal
Por tantas luas navegastes neste mar quase sideral
E sabes como poucos, direcionar a minha nau


Este barco de sentires de chorares de morreres e reviveres
Como fenix, no incendio de desejo que se forma ao ver-te

Meu amor, por favor...te imploro...
não me toques...!

Pois se assim o fizeres
mergulho dentro de mim e me perco...
Como veleiro a deriva de mim mesma

E jamais me reconheço
Não reencontro minhas rotas
Já nem sei sequer se velejo

Se te encontras perto assim...
Eu simplesmente anoiteço


Márcia Poesia de Sá

Cortando-me

Venha cortando e riscando traços em mim...
deixe seu reflexo branco na minha superficie
e adentre em aguas frias...

Faça-me ondas de arrepios...
e as deixe seguir seus caminhos
em consequentes marolas a se espalhar em mim

Olhe para meu horizonte aberto
e não tema se perder...
siga adiante! viage...

Eu me entrego a ti...
e permito-te

Tu me invades certeiro
e corre por minhas aguas transparentes...

és meu veleiro branco
e eu teu mar eterno...

Marcia Poesia de Sá

Mar aberto

Rasgo-me o mar de cheiros
em ondas verdes e azuis
direção na mente consciente
velas bradam seus tons e sons

E no chacoalhar de tecidos molhados
os respingos salgados de ondas deste mar bravio
penetram-me olhos e coração...vejo sem ver
horizontes de medo, pintam o céu azul
com tons nem tão claros

Entro na cabine...e rezo pela manhã...
pelo sol que troque a lua de posição
acendo velas, esquecendo as velas de um temporal
e em suas chamas te chamo...
na materia lirica de um fogo imaginario
escrevo teu nome em resina..
e o deixo derreter,,,
em gotas
de ti
pra mim...
de mim
para ti

a noite toda...

Márcia Poesia de Sá

sábado, 5 de setembro de 2009

Ah! Que ambivalencia...a mente briga com o coração e a poetisa voa sobre mares revoltos...ora azuis, ora negros...mares de tempestades antigas, quando ondas não eram amigas, e me tiravam do prumo, deixando-me a deriva, perdida...sem mim.

Hoje senti um vento quente vindo do sertão da minha alma, onde antes se fazia minha calma, meu amornar de sentir...


E sorri! ao sentir a taquicardia de apenas ler um nome e sabe-lo tanto...

Vaguei por anos passados, senti perfumes e calafrios,cheiros, gostos e mais...
sou só sentir nesta hora, que mesmo vinda de uma madrugada fria, me sinto quente e a queimar.

Incrível como as coisas não mudam, aparentes túmulos ressurgem em meio ao este meu mar, e vejo verdes a toda hora, sinto aquele abraço na aurora de meu ultimo suspiro a versar...

O amor é de fato magico, e cupido é um brincalhão criança...aprendendo ainda a flechar...mas se acerta, é definitivo, é eterno mesmo que bandido...por isso sempre vou te amar!

Márcia Poesia de Sá

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

.
Permite?

Que te leve comigo aonde for? que te toque sempre que desejar...
caminhando a frente e atras de ti...indo, vindo assim...?
Lentamente te consumindo e permitindo que gota a gota faças parte de mim...?
procurar aquela fala que mais me cala...e ouvi-la novamente...
nova mente...ah! Deixa...me deixa te abraçar?...e levar-te
para perto do mar...onde ficaremos nós, só nós...tantos nois...
hum! amaria isto...ler-te a sós.


Nesta imensidão que és, me perco...me acho, lendo e relendo
em nuvens de vento...a frase que queria real...
Abstrato, substrato... que virá...
após a próxima pagina.

Márcia Poesia de Sá
Sutilezas...


O olhar quase em silencio, observa as paginas que me decompões com calma...um sorriso aqui, outro ali...ficamos por horas assim um lendo a alma do outro em linhas que nem sempre seguem qualquer coerencia, elas apenas saltam aos olhos e pedem um olhar mais profundo...um dedilhar de frases...um leve saborear de palavras ...tantas palavras ja abraçamos juntos enquanto a madrugada faz sinal de silencio aos outros sons possiveis...e os relogios param ao ver este abraço e como um milagre as horas passam lentas...as vezes num segundo, sessenta suspiros, dez lagrimas de emoção...eu e você juntos...um poema da em nossas mãos! E um sonho...


Construir um castelo de nuvens, a beira de um mar azul...onde voem gaivotas e linhas de uma linda estória de amor...onde poetas decompoêm o verso triste e dão as rimas um novo tom...com pinceladas de esperança...escrevem o titulo do mais belo poema visto!...
Poetas amam em silencio! embora bradem seus amores, musas e silencios, ocos, nós e lamentos...apenas o poeta sabe...de seu eu lirico, que gota é real...e que lágrima é fantasia...as vezes...nem ele proprio consegue definir...E assim sendo, cria, ama, chora...mas sempre......escreve!

Márcia Poesia de Sá

Esta poesia não é minha,
mas de uma querida amiga e brilhante poetisa...
queria realmente ter escrito isto...

Parabéns...pelo sentir Kindinha,
sinto igual!

POESIA AMANTE

A poesia, arte da sedução
Te obsedia, te comprime
Os ares, até quase sufocares

A poesia, perfeita amante
Se vangloria, se define
Em suspirares, no azul dos mares

A poesia, arte da Criação
Te sujeita, te satisfaz
Os pulsares, até quase desmaiares

A poesia, perfeito diamante
Se deleita, se compraz
Em cantares, no prazer dos rimares

Anorkinda

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tiro de rosas...



Capsulas de petalas
tão necessarias a esta sociedade
decrepta...que necessita aromas novos
perfumes de paz, perdão e sinceridade!

Quizera o amor poder
vencer todas as guerras
trocar canhões por perdões...
e raiva por compreensão

Queria que os homens
reencontrassem suas almas
e um abraço terno
brotasse deste encontro

Queria o planeta como um só
dado as mãos...um só povo!
animais, vegetais...nós

Queria que ao invez de atomica
tivessemos criado uma bomba
de petalas de flor
...de perdão de amor...

e que após deflagrada
tivesse como efeito colateral
uma epidemia de compaixão

Uma rosa em cada canhão
para cada soldado em forma de anjo
na batalha da conciência cósmica universal

Queria a terra cheirando a flor
mas não em semiterios de dor
mas em puros jardins de olor
e os olhos das crianças
não vissem mais a lágrima
a não ser emocionada...

Quero um tiro assim
na conciência de mim
em um puro jasmim
na emoção de todos

Márcia Poesia de Sá

Peregrino de mim


Busco-me e adentro em vazios
o eco d'alma escandaliza-me
Retiro-me imaginando estar fora
O alardear de horas em que me cego

Corro-me, como se corresse em escaladas
e dos anos não vejo nada, só um ar quente
de janelas fechadas...e nada de mim ha lá

Leio e releio-me em biblias vazias de linhas
palavras carcumidas pelos séculos tantos
sussurro mantras...e rogo a lua que me desnude
a pele branca daquela rua onde escrvi meu nome

Saio entrando em curvas e linhas, rodopio!
pintando verdes as arvorezinhas, arrepio...
que me recolhem em minhas noites gélidas

Me busco, pensando buscar-te
querendo nomear um Deus...quando ja nem sei
Se nomes são de fato reais...nesta busca
onde a unica estrada que existe..
não segue, mas volta!
Para dentro deste ser que grita ser
peregrino de si mesmo!

Márcia Poesia de Sá - 01/09/2009

Tento...atenta...disperso

Ha um clarão na brancura da lua
um corremão na estátua da rua
Sinto-me tua, sendo imensidão
contida, reclusa...em tua mão

Vago correndo por entre linhas
sozinhas, seres desta folha
como uma bolha, inexisto

Insisto, subo...explodo
gotejo, molho...evaporo

Algo ilumina a madrugada
numa lua que se abre e se fecha
como flexa de anjo querubim
E em mim? algo tremula
escassea-se, secura...
da lingua que cala
o grito da alma em povorosa!

Nervosa! feliz, medrosa
sucumbo em meu proprio abismo
e arrisco um sorriso
antes do ponto.

Márcia Poesia de Sá