Ele
Que veio revoando com a calma das gaivotas
Em manhã de calmaria no mar
Quase sem as asas movimentar
Encontrando-me placidamente deitada
Em meu destino
Ele
Que soube pousar no penhasco
A escutar minhas lágrimas
Sem nada falar
Ele
Que de tão terno nem parece carinho
Parece mais uma gota de orvalho a umedecer
Minha alma
Ele
Que de tão amigo nem parece outro
Mas eu mesma em espelho
Ele
Que adormece em meus braços como criança
E acorda sorrindo
Só por estar
Ele
que é mais, muito mais
Que sonhei
Ele
Que me relembra os caminhos
Os quais não seguirei mais sozinha
Que me abraça no frio
Que aquece meu desalinho
Ele
E recompõe meu sonho
Seu sonho, nosso ninho
Ele que canta baixinho
A canção do amor
Ele
Que fala com calma
Mesmo em meio às guerras de mim
Ele
Que exatamente por ser assim...
É o grande amor da minha vida
Ele...
Só ele, e fim.
Márcia Poesia de Sá – 29.05.2011